Volume de serviços prestados despencou 4% em fevereiro; resultado é o 11º negativo seguido

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Enquanto Dilma Rousseff, a presidente, preocupa-se apenas e tão somente em barrar o processo de impeachment e, consequentemente, salvar o próprio mandato, a economia brasileira continua afundando no oceano da crise.

Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgadas nesta quarta-feira (13), o volume de serviços prestados recuou 4,0% em fevereiro de 2016, na comparação com igual mês do ano passado, já descontados os efeitos da inflação.

Trata-se do 11º resultado negativo consecutivo e o pior desempenho para o mês da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Em janeiro deste ano ante janeiro de 2015, a redução foi de 5,0%.

A queda de 4% em fevereiro foi provocada por uma retração generalizada entre os cinco segmentos pesquisados. Os serviços prestados às famílias caíram 1,4% em fevereiro; os Serviços de informação e comunicação recuaram 5,3%; os Serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram retração de 4,3%; os Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio encolheram 2,0%; e o segmento de outros serviços diminuiu 6,1%.

Desde outubro de 2015, o IBGE divulga índices de volume no âmbito da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Antes disso, o órgão anunciava apenas os dados da receita bruta nominal, sem tirar a influência dos preços sobre o resultado. Por esse indicador, que continua a ser divulgado, a receita nominal subiu 1,9% em fevereiro ante igual mês do ano passado.

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Com o resultado de fevereiro, o volume de serviços prestados acumulou queda de 4,5% no ano e recuo de 3,7% em doze meses.

A série da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) foi iniciada em janeiro de 2012. Ainda não há dados com ajuste sazonal porque, conforme o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos.

O mau desempenho do segmento de Serviços de informação e comunicação foi o principal responsável pela queda no volume de serviços prestados em fevereiro ante fevereiro de 2015. A retração de 5,3% nos Serviços de informação e comunicação contribuiu com -2,2 ponto porcentual para a taxa global.

“Um pouco mais da metade da taxa veio de serviços de informação, que tem um peso grande. Então, na medida em que ele tem uma queda mais expressiva, ele afeta sobremaneira a taxa como um todo”, explicou Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

O subsetor de telecomunicações recuou 3,9%, enquanto o de tecnologia da informação caiu 7,5%. No caso das telecomunicações, o analista do IBGE explica que há uma redução constante na demanda empresarial, mas também por parte das famílias. “As famílias estão cortando gastos tanto na telefonia celular quanto na TV por assinatura. No sinal digital de TV aberta, a qualidade é tão boa quanto a da TV por assinatura”, acrescentou o pesquisador.

Já o subsetor de serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias recuou 10,4% em fevereiro ante fevereiro de 2015. Segundo o IBGE, a TV aberta tem sofrido com a redução nos contratos publicitários, enquanto as empresas de edição viram a demanda diminuir em fevereiro após o pico de demanda de encomendas de livros didáticos pelos municípios e estados em janeiro.

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