Boletim Focus: em meio a caos político, mercado projeta queda do juro básico e da inflação

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No vácuo da contínua diminuição das perspectivas para a inflação neste ano e em 2017, enquanto o cenário econômico segue piorando, a aposta dos economistas para a taxa básica de juro, a Selic, em 2016 voltou a ser reduzida.

Finalizado antes da votação que aprovou a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o semanal Boletim Focus, do Banco Central, mostrou nesta segunda-feira (18) que a projeção para a Selic no final de 2016 caiu ao patamar de 13,38% ao ano. No levantamento anterior, os especialistas previam que a Selic terminaria o ano em 13,75%.

Atualmente, a taxa está em 14,25% ao ano e não deve ser alterada na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, na próxima semana. Para o final de 2017, os consultados pelo BC mantiveram a expectativa, com a Selic na casa de 12,25%.

As aposta para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2016 e em 2017 voltaram a cair no Boletim Focus. A projeção para a alta do IPCA deste ano recuou pela sexta semana seguida, em 0,06 ponto percentual, para 7,08%. Apesar da contínua trajetória de queda, a perspectiva ainda permanece bem acima do teto da meta do governo para 2016, de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais.


Para 2017, os especialistas do mercado financeiro creem que a inflação chegará a5,93%, contra 5,95% previstos no levantamento anterior, afastando-se assim mais um pouco do teto da meta do governo para o próximo , também de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual.

O cenário de inflação em queda surge em conjunto com recuos nas estimativas para o câmbio. De acordo com o boletim do BC, o mercado projeta que o dólar encerre esse ano valendo R$ 3,80, abaixo dos R$ 4 projetados até então. Para 2017, o cálculo também caiu, para R$ 4, contra R$ 4,10 do levantamento anterior.

No tocante ao desempenho da economia nacional, as previsões continuam na seara do desânimo. A expectativa dos analistas é que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 será de 3,80%, contra 3,77% da previsão anterior. Para o próximo ano, o mercado espera crescimento do PIB de 0,20%, ante 0,30% do levantamento anterior.

Esses números mostram de maneira clara e inquestionável que será mentirosa qualquer promessa a ser feita por Dilma Rousseff para reverter o caos econômico e, por conseguinte, tentar salvar o próprio mandato, que bambeia cada vez mais no precipício do impedimento. Fosse de fato uma economista, com doses mínimas de conhecimento acerca do assunto, Dilma já teria renunciado ao cargo, permitindo ao País seguir seu rumo.

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