Acordos com a Andrade Gutierrez fizeram a Petrobras ter prejuízo de quase R$ 2 bilhões

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Segundo informações de laudo anexado pela Polícia Federal (PF) ao inquérito que investiga a empreiteira Andrade Gutierrez, a Petrobras teve prejuízo de quase R$ 2 bilhões em contratos firmados com a empresa. A análise é referente a contratos fechados pela empreiteira com a Diretoria de Serviços da Petrobras entre os anos 2003 e 2014.

O laudo afirma que em pelo menos quatro convênios foi encontrado um esquema de cartel e favorecimento a um grupo de 16 empreiteiras que dividiam obras na estatal.

As obras consideradas fraudulentas foram feitas na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), na Refinaria de Paulínia (Replan); na Refinaria Landulpho Alves (RLAM), em São Francisco do Conde (BA); e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).


A PF destacou no documento que a maioria das licitações apresentadas contém propostas de preços elevadas em relação aos valores estimados pela Petrobras, como, por exemplo, uma licitação para o fornecimento de bens e prestação de serviços no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), onde a média calculada para a obra era de aproximadamente R$ 1,6 bilhão. Contudo, o contrato foi fechado por pouco mais de R$ 1,9 bilhão, um valor 15,38% acima do que a Petrobras estimava.

Em um dos trechos, os peritos que assinam o laudo informam que o “prejuízo direto é decorrente de propostas com preços artificialmente majorados”.

Para a Polícia Federal, “o superfaturamento pode ter sido transformado em lucro excessivo, pagamento de propinas, repasses a empresas do grupo cartelizado, contrato de consultorias fraudulentas e até mesmo consumido por má gestão contratual das empresas executoras dos contratos destacadas, uma vez que a Petrobrás pode ter deixado de contratar empresa mais competitiva para cada obra”.

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