Segundo a OMS, Zika vírus está em regressão no Brasil; preocupação agora é com o Hemisfério Norte

zika_virus_1004

De acordo com informações divulgadas nesta segunda-feira (25) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o responsável por casos de microcefalia em recém-nascidos cujas mães foram infectadas durante a gravidez, o Zika vírus, está em “clara regressão” no Brasil. A entidade realiza um congresso sobre o tema com a presença de mais de 600 experts no Instituto Pasteur, em Paris.

Contudo, por outro lado há risco de “aumento significativo” dos casos da doença em outras partes do planeta, como na Europa, em razão da chegada do verão no Hemisfério Norte.

O cenário foi traçado pela diretora-assistente da OMS, Marie-Paule Kieny, na abertura do evento na capital francesa. “A epidemia está claramente em via descendente no Brasil. Também é o caso na Colômbia e no Cabo Verde”, declarou.


O Instituto Pasteur calcula que o Brasil, epicentro da epidemia, teve 1,5 milhão de casos, número que sobe para 3 milhões a 4 milhões nas Américas. Sete países da Europa também tiveram casos notificados, mas até agora a incidência foi pequena.

A preocupação da OMS é de que o surto que se verificou no verão brasileiro possa se reproduzir a partir de agora no continente europeu. “A possibilidade de uma transmissão local combinada com prováveis transmissões por via sexual poderia se traduzir em um aumento importante do número de pessoas infectadas pela Zika, até mesmo com complicações”, destacou Marie-Paule.

“À medida que as temperaturas começam a se elevar na Europa, duas espécies de mosquitos Aedes aegypti, conhecidos por transmitirem esse vírus, vão começar a circular. E mosquito não conhece fronteiras”, continuou a diretora.

A Organização Mundial de Saúde segue definindo a epidemia uma “urgência de saúde pública de amplitude internacional”. Um dos objetivos do evento científico em curso em Paris é trocar experiências sobre as pesquisas em curso a respeito do vírus, cujos mecanismos são até aqui considerados pouco conhecidos.

Ainda não há certeza sobre o tempo de incubação no organismo humano e sobre a incidência do risco de transmissão sexual.

apoio_04