Caso Temer assuma a Presidência, Henrique Meirelles, ex-presidente do BC, será titular da Fazenda

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Vice-presidente da República, o peemedebista Michel Temer, mesmo afirmando que não divulgará a nova equipe de governo até a decisão do Senado sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff, admite que Henrique de Campos Meirelles, ex-presidente do Banco Central, assumirá o Ministério da Fazenda.

Temer já deixou claro o que espera para os principais ministérios e os nomes que melhor se adaptam ao perfil que traçou para seu eventual governo.

É importante destacar que o enfoque na Fazenda, uma das principais preocupações não só do governo, mas da sociedade, atualmente, será a execução de um ajuste fiscal gradual capaz de garantir a retomada da confiança, que por sua vez impulsionará o crescimento econômico.

Para Michel Temer, o ex-presidente do BC se encaixa no diagnóstico feito a ele pelo também Armínio Fraga, de que o centro do problema da crise econômica brasileira é o desequilíbrio fiscal.

Em entrevista ao jornal “O Globo”, o vice-presidente admitiu que, se tivesse de assumir a Presidência hoje, o ministro da Fazenda seria Meirelles: “Fiquei muito bem impressionado com a conversa que tive com ele”.

Henrique Meirelles tem defendido o que batizou de “ajuste completo”. O acerto das contas deve ser parte de um plano de desenvolvimento econômico que, embora contracionista no curto prazo, contemple o crescimento ao final do processo, com aumento da renda e do emprego. O ex-presidente do Banco Central compartilha da visão de que a carga tributária atual é “pesada” demais.

Há nomes competentes para assumir o Ministério da Fazenda, mas a favor de Meirelles pesa o seu bom trânsito no mercado financeiro internacional, algo que se confunde com sua trajetória profissional. Aliás, se na era Lula houve algum integrante do governo merecedor de reconhecimento por causa da competência, Henrique Meirelles por certo foi o único.


A escolha do novo ministro da Fazenda é fator decisivo na definição do nome do futuro presidente do Banco Central. Contudo, o comando dos bancos públicos deve ser definido pelo próprio vice nas negociações da composição de apoio partidário para seu governo no Congresso.

A presidência da Caixa Econômica Federal, que deve ficar com o PP, tem como mais cotado o ex-ministro da Integração Nacional do governo Dilma, Gilberto Occhi, funcionário do próprio banco.

O grupo de Temer já rediscute a junção de várias pastas em um superministério de infraestrutura. A avaliação é de que a união dos ministérios não deu certo no governo Collor, na década de 90, e não faria sentido repetir a receita agora.

Enquanto isso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é o mais cotado para o Planejamento. Ele terá papel fundamental na articulação das medidas com o Congresso, em especial na solução da “armadilha fiscal” que espera o vice caso assuma a Presidência. Já para a Casa Civil está certo o nome de Eliseu Padilha (PMDB-RS).

O senador José Serra (PSDB-SP) tem poucas chances de ser nomeado para a Fazenda. Assessores de Temer tentam convencer o tucano a aceitar o Ministério da Educação, que pode acabar no colo de Marta Suplicy, a ex-petista que agora cerra fileira no PMDB.

A resistência continua sendo de uma ala do PSDB que teme que um eventual bom desempenho de Serra no ministério o credencie como candidato do partido em 2018. O PSDB já tem dois presidenciáveis: o senador Aécio Neves e o governador Geraldo Alckmin. E ambos continuam tropeçando em termos políticos.

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