Na sexta-feira à noite, Cardozo pediu a Maranhão para evitar que Dilma descesse a rampa do Planalto

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A decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular o processo de impeachment de Dilma Rousseff no âmbito da Casa legislativa é mais um capítulo da grave crise política que sacode o País.

Em nota divulgada à imprensa, Maranhão alega que a petição Advocacia-Geral da União (AGU) não fora sido analisada pela Câmara, por isso resolveu acolher o pleito formulado pelo advogado-geral e defensor de Dilma, o petista José Eduardo Martins Cardozo.

No documento que traz a polemica decisão, Waldir Maranhão argumenta que “ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão”. E justifica que partidos não poderiam fechar questão acerca do impeachment, pois quando isso ocorre os deputados são obrigados a seguir a orientação partidária, sob pena de, não o fazendo, estarem sujeitos a punições, inclusive expulsão.


“Não poderiam os partidos políticos terem fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, ressaltou o presidente em exercício da Câmara.

Na noite de sexta-feira (6), José Eduardo Cardozo reuniu-se com o presidente interino da Câmara para, entre copos do vinho português Periquita, gestar o que a maioria dos brasileiros considera, acertadamente, golpe.

A conversa durou pouco mais de uma hora e selou o destino trágico de uma nação que derrete à sombra dos desmandos de Dilma Rousseff e seu bando. Não foi um diálogo entre políticos, mas uma negociação espúria que contraria a vontade dos cidadãos de bem.

Em dado momento da conversa, à qual se juntou, mais tarde, o deputado federal Silvio Costa, o advogado-geral sugeriu que Maranhão poderia evitar que Dilma descesse a rampa do Palácio do Planalto após o plenário do Senado decidir pela admissibilidade do processo de impeachment, cuja votação continua mantida para a próxima quarta-feira (11). E a negociação avançou entre risos, declarações inflamadas e copos.

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