Itamaraty enfrenta governos bolivarianos e rebate críticas descabidas ao impeachment de Dilma

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Depois de treze anos e quatro meses de esquerdismo bandoleiro, imposto aos brasileiros pelo esfacelado Partido dos Trabalhadores, o País pela primeira vez conduz sua política externa longe do viés ideológico, algo que comprometeu as relações comerciais do Brasil.

Após rebater as manifestações descabidas de Venezuela, Equador e Bolívia, que se negaram a reconhecer o governo de Michel Temer, rotulado de “golpista”, o Ministério de Relações Exteriores, sob o comando do tucano José Serra, respondeu, com a necessária firmeza, ao governo de El Salvador.

Por meio de nota, o Itamaraty destacou, nesta segunda-feira (16), que espera que do governo de El Salvador uma reconsideração da decisão de não reconhecer o governo do presidente em exercício de Michel Temer. O Ministério das Relações Exteriores considerou que a posição salvadorenha revela “profundo desconhecimento” acerca da legislação brasileira.

De acordo com a agência Reuters, a reação ocorreu após o presidente salvadorenho, Salvador Sánchez Cerén, declarar no último sábado (14) que não reconhece a legitimidade do governo interino de Michel Temer e chamar sua embaixadora de volta ao país.

“As medidas anunciadas demonstram a manipulação política das ferramentas contidas na ordem constitucional do Brasil, uma vez que sem a conclusão do processo, o governo interino assume que a presidente Dilma Rousseff não vai voltar para o cargo para o qual foi eleita legítima e legalmente nas urnas pelo povo brasileiro. Esses fatos vêm a confirmar os questionamentos feitos no Brasil, bem como em nível internacional, no sentido de que estamos testemunhando, infelizmente, à configuração de um golpe de Estado”, destaca nota da chancelaria salvadorenha.


O Itamaraty, por sua vez, respondeu sem deixar espaço para novas ilações. “Causam especial estranheza tantos equívocos, uma vez que El Salvador mantém intensas relações econômicas com o Brasil e é o maior beneficiário de cooperação técnica brasileira em toda a América Central”, rebateu o governo brasileiro por meio de nota, assinada pelo ministro José Serra.

Serra ressalta que a decisão de El Salvador denota o claro desconhecimento da Constituição e da legislação brasileira sobre impeachment e o “pleno funcionamento das normas e instituições democráticas no país”.

Na última sexta-feira (13), o Itamaraty rechaçou as declarações do secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, que questionou a legalidade do processo de impeachment de Dilma. Na nota, o governo classificou os argumentos de Samper como “errôneos” e “infundados”.

Confira abaixo a íntegra da nota do Itamaraty:

“Declarações do governo de El Salvador sobre a situação interna no Brasil

O Ministério das Relações Exteriores tomou conhecimento das manifestações do governo de El Salvador sobre o processo político brasileiro e de sua decisão de suspender contatos oficiais com o Brasil, que revelam amplo e profundo desconhecimento sobre a Constituição e a legislação brasileiras, sobre o rito aplicável em processos de impedimento e sobre o pleno funcionamento das normas e instituições democráticas no país.

Causam especial estranheza tantos equívocos, uma vez que El Salvador mantém intensas relações econômicas com o Brasil e é o maior beneficiário de cooperação técnica brasileira em toda a América Central.

Por isso tudo o governo brasileiro espera que o governo de El Salvador reconsidere sua posição, com base em avaliação objetiva e factual da realidade, e em respeito às instituições brasileiras e aos princípios que têm regido as relações entre os dois países.”

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