Maranhão não participará do plenário nesta semana; votações serão conduzidas por Beto Mansur

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Nesta quarta-feira (18), o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), comprometeu-se com parlamentares do PTB, PDT, PR, Solidariedade e PP que não conduzirá as sessões em plenário desta semana a fim de “evitar tumultos”.

O apelo dos parlamentares foi feito antes da reunião com líderes partidários. O grupo de deputados combinou que Maranhão assumirá apenas trabalhos internos da Casa e que a condução das votações será feita pelo primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP), ligado ao afastado Eduardo Cunha, ou pelo segundo vice-presidente, Fernando Giacobo (PR-PR).

De acordo com Rogério Rosso (DF), líder do PSD na Câmara e forte candidato à presidência da Casa, caso haja nova eleição para o cargo, o deputado André Moura (PSC-SE), anunciado como novo líder do governo interino de Michel Temer na Casa, também participou da reunião paralela que definiu o acordo.

Segundo o presidente do Solidariedade, Paulinho Pereira da Silva (SP), conhecido como Paulinho da Força, Maranhão começou a reunião com os líderes dizendo que “não gostaria de estar nesse lugar, mas que a história o colocou nesse lugar”.

A combinação foi feita separadamente e não é unanimidade entre as lideranças de partidos como PT, que anunciou durante o encontro que vai obstruir as votações das Medidas Provisórias.


Os líderes do Democratas, Pauderney Avelino (AM), e do PPS, Rubens Bueno (PR), que defendem a saída imediata de Maranhão do cargo, não participaram da reunião. O que querem Pauderney e Avelino exige que Waldir Maranhão renuncie ao cargo de primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, o que o afastaria de forma imediata da presidência interina. No momento em que for declarada a vacância da presidência da Casa, algo que depende de alguns fatores, uma nova eleição será convocada.

Com o acordo, o “poder” de Maranhão à frente da Câmara foi minimizado e sua atuação na presidência torna-se mero simbolismo. Mesmo assim, o parlamentar manterá todos os privilégios inerentes ao cargo.

Nos bastidores, alguns deputados chamam Maranhão de “rainha da Inglaterra”, em clara comparação à atuação meramente decorativa da inquilina do Palácio de Buckingham. Os líderes também decidiram que a pauta será conduzida pela maioria da Mesa Diretora, não pelo posicionamento do presidente interino.

Na terça-feira (17), o presidente interino Michel Temer fez um apelo para que os parlamentares votem as quatro medidas provisórias e os três projetos de lei que trancam a pauta, permitindo que sejam aprovadas medidas urgentes que buscam tirar o Brasil do atoleiro econômico.

Waldir Maranhão caiu em desgraça junto aos colegas de Parlamento no último dia 9 de maio, quando, em decisão monocrática, anulou a tramitação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Horas depois, Maranhão mudou de posição e revogou a própria decisão, que não fora acatada pelo presidente do Senado federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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