Avião da EgyptAir que caiu no Mar Mediterrâneo foi atingido por incêndio, afirma especialista

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Um incêndio atingiu Airbus A320 da EgyptAir, que fazia o voo MS804 (Paris-Cairo), minutos antes de a aeronave desaparecer dos radares na quinta-feira (19) com 66 pessoas a bordo. A informação foi dada à Deutsche Welle por Tim van Beveren, especialista em segurança de voo.

“Houve fogo a bordo”, disse o investigador que teve acesso ao relatório de notificações do avião. “O sistema enviou várias mensagens bem claras. Foi detectada fumaça no lavatório. Um minuto depois de a fumaça ter sido detectada no compartimento… dois minutos depois, as unidades de controle de voo falharam.”

Van Beveren espera que as autoridades egípcias ratifiquem a informação. Por outro lado, a França decidiu enviar ao suposto local da queda uma embarcação naval equipada com sonar ao local para tentar localizar a caixa-preta do Airbus A320.

Partes de corpos encontradas nesta sexta-feira (20) no Mar Mediterrâneo, a cerca de 290 quilômetros ao norte da cidade de Alexandria, passam por processo de identificação. Equipes de buscas também localizaram destroços, bagagens e objetos pessoais dos passageiros.

O voo MS804 desapareceu dos radares pouco antes de se aproximar da costa egípcia, caindo no Mar Mediterrâneo após duas manobras abruptas. O ministro da Aviação egípcio, Sherif Fathy, afirmou que a possibilidade de o avião ter sido alvo de um atentado é maior do que eventual falha técnica. O presidente francês, François Hollande, disse que nenhuma hipótese está descartada.


Características da queda sugerem atentado

Investigadores que trabalham para decifrar o desaparecimento do avião da EgyptAir analisam a hipótese de uma falha de segurança no Aeroporto Internacional de Roissy-Charles De Gaulle, em Paris, ter facilitado um ataque terrorista. O risco de uma bomba ter sido colocada na bagagem é considerado baixo, mas segundo os especialistas não se pode afastar tal hipótese.

“A introdução de uma bomba a bordo por meio de uma pessoa em Roissy-Charles De Gaulle ou no Cairo é algo possível”, avalia Gérard Feldzer, um dos especialistas aeronáuticos mais renomados da França.
“É difícil garantir 100% de segurança em um aeroporto, mesmo como o de Roissy, que é muito vigiado. Não é uma hipótese que possamos afastar.”

A preocupação com terrorismo também é forte porque, de acordo com o site especializado Flight Radar, o Airbus da EgyptAir realizou múltiplos trajetos na quarta-feira, antes do acidente. Além do Cairo, o avião esteve em Asmara (Eritreia), em Túnis (Tunísia) e em Paris.

Essa atividade permitir imaginar que um artefato explosivo pode ter sido introduzido na aeronave em um desses aeroportos. “Os serviços de segurança estão examinando todas as condições nas quais a partida do avião foi preparada, quem são as pessoas que podem ter tido acesso à pista e ao bagageiro do avião, assim como todos os passageiros”, disse Troadec.

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