Operação Janus: investigação sobre “sobrinho de Lula” piora a complicada situação do ex-presidente

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O tempo avança e a cada dia fica mais evidente que os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff funcionaram como usinas do milagre da multiplicação. O projeto criminoso de poder do PT como estratégia a asfixia financeira das legendas adversárias, fazendo com que a roubalheira institucionalizada permitisse apenas ao partido do governo o acesso ao dinheiro imundo, importante para a viabilização de campanhas eleitorais.

Com as muitas investigações da Polícia Federal que acontecem simultaneamente, não restam dúvidas de que os “companheiros” foram pegos de surpresa e por isso perderam o controle do cipoal de transgressões. O que explica o inegável desespero de Lula, que nos últimos dias tem mesclado doses de resistência com momentos de choro.

Nesta sexta-feira (20), em mais uma investida contra o banditismo político, a Polícia Federal deflagrou, nas primeiras horas da manhã, a Operação Janus, com o objetivo de investigar suposto de tráfico de influência e lavagem de dinheiro em contratos da Odebrecht. O esquema, que teria contado com a interveniência de Lula, se deu entre a empreiteira baiana, que afunda na Operação Lava-Jato, e uma pequena empresa de construção civil localizada em Santos, cidade do litoral paulista.

A tal empresa está registrada em nome de Taiguara Rodrigues dos Santos (à direita na foto), um novo rico que é sobrinho de Lula e fez fortuna ao transformar um negócio de fechamento de varanda de apartamentos no litoral em um prospera e bisonha parceria com a Odebrecht em obras no exterior.

Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, conhecido como “Lambari”, amigo de Lula de longa data e irmão da primeira mulher do ex-metalúrgico. Nos escaninhos do poder, até recentemente, e nas rodas de empreiteiros Taiguara sempre foi identificado como “o sobrinho do Lula”.

Em 2012, a Exergia Brasil, empresa de engenharia de Taiguara dos Santos, foi contratada pela Odebrecht para atuar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. É importante lembrar que Angola é uma das grandes pedras no caminho de Lula que as autoridades ainda na vasculharam. Quando isso acontecer, a máscara petista cairá de vez, sem direito a retorno.


O acerto entre a Odebrecht e a Exergia aconteceu no mesmo ano em que a empreiteira conseguiu junto ao no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um daqueles gordos e inexplicáveis financiamentos viabilizar o projeto em Angola. Como no universo político coincidências simplesmente inexistem, há nessa linha não apenas um boi, mas uma boiada.

Encantado com a mágica empresarial de que tornou-se protagonista, Taiguara não se fez de rogado e postou em uma rede social fotos das obras da hidrelétrica angolana, com direito à seguinte legenda: “E tome água! Vamos gerar energia!”.

Questionada sobe essa bisonha parceria, a Odebrecht se recusou a informar o valor do contrato com a Exergia Brasil, que vigorou em 2012 e 2013, mas informou por meio de nota que segue “padrões rigorosos de contratação de fornecedores, levando em conta sua capacidade técnica, financeira e de execução”. Contudo, é difícil acreditar que um microempresário que fechava varandas de apartamentos praianos é provido de competência para participar de obra tão complexa, quanto a da hidrelétrica de Cambambe.

Segundo a PF, a Exergia teria recebido R$ 3,5 milhões por participação em obra que recebeu do BNDES financiamento total de US$ 464 milhões. As investigações têm como ponto de partida o trabalho do Ministério Público Federal sobre um suposto pagamento de propina pela Odebrecht, entre 2011 e 2014, para facilitar a obtenção de empréstimos junto ao BNDES. Por conta dessas informações foi aberta uma investigação para apurar suposto tráfico de influência por parte de Lula, além de lavagem de dinheiro e outros crimes.

Taiguara Rodrigues dos Santos foi conduzido de forma coercitiva pela Polícia Federal para prestar declarações, mas, quando começar a contar o que sabe, o “titio poderoso” há de desesperar ainda mais. O cerco se fecha contra Lula, mas o petista continua posando como vítima de perseguição.

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