Brexit: disputa intensa e acirrada no último dia de campanha do referendo

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Nas derradeiras horas da acalorada campanha do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), os líderes locais contrários e a favor do chamado Brexit percorrem o país nesta quarta-feira (22) na esperança de atrair os indecisos.

As pesquisas mais recentes de intenção de voto mostram que a disputa continua acirrada. Diversos comícios estão programados para acontecer em Londres na véspera da eleição.

“Ninguém sabe o que vai acontecer. Acredito que de uma forma ou de outra será decisivo. O Reino Unido não quer passar por isso novamente”, afirmou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, em uma série de entrevistas publicadas pelo jornal britânico Financial Times sobre o referendo.

Cameron é o maior defensor da permanência do país no bloco europeu. O grupo contrário ao Brexit lidera nas intenções de votos, com 51%. A diferença é pequena e, possivelmente, a decisão do referendo ficará nas mãos dos indecisos.


Debate final

Ambos os lados tiveram a oportunidade de apresentar seus argumentos em um acalorado debate promovido pela emissora de televisão britânica BBC na terça-feira (21). No palco estavam, entre outros, o atual prefeito de Londres, Sadiq Khan, favorável à permanência britânica no bloco europeu, e seu antecessor, Boris Johnson, que defende o Brexit.

O debate foi marcado por acusações mútuas. “Sua campanha não é um projeto de medo, mas tem sido um projeto de ódio no que se refere à imigração. Vocês estão dizendo mentiras e assustando as pessoas”, declarou Khan, criticando panfletos da campanha pelo Brexit que alertavam sobre uma possível adesão da Turquia à União Europeia.

“Isso é alarmismo, Boris, e você deveria ter vergonha. Vocês estão usando a Turquia para fazer as pessoas votar pelo ‘Leave’ (Sair)”, acrescentou Khan.

Johnson retrucou afirmando que a campanha pró-UE conduziu o seu próprio “projeto do medo” ao alegar que a saída do bloco europeu prejudicaria a economia do Reino Unido. “Eles dizem que não temos escolha senão nos curvarmos a Bruxelas. Nós dizemos que eles estão lamentavelmente subestimando este país e o que ele pode fazer”, argumentou.

O ex-prefeito conservador arrancou aplausos da plateia ao prometer um “dia da independência” na quinta-feira, caso o Brexit saía vitorioso das urnas. (Com agências internacionais)

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