Infestada por quadrilhas de todos os naipes, Câmara para por conta das festas juninas

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Vivendo a mais grave crise econômica da sua história, com direito a recessão, o Brasil enfrenta um cenário político marcado pela degradação do Parlamento, brigas intermináveis pelo poder e sucessivos escândalos de corrupção. Com esse cenário, sair do atoleiro é um sonho que já nasce com o status de pesadelo.

Apesar de todas as dificuldades, a classe política parece desprovida de preocupação, em especial os deputados federais. Nesta quarta-feira (22), os deputados já estão em seus respectivos estados com dois de dias de antecedência por causa das festas juninas, como se as quadrilhas que circulam pelo Congresso Nacional fossem insuficientes.

Como acontece a cada ano, a Câmara não realizará sessões de votação na quarta e quinta-feira desta semana e da próxima, para que os parlamentares, em especial os das bancadas do Nordeste, possam participar das festas em homenagem a São João em seus redutos eleitorais.


Apesar do absurdo que representa esses dois dias a mais de folga em ambas as semanas, há um acordo para que os deputados participem de sessões de votação na segunda e na terça-feira. Contudo, muitos parlamentares decidiram não comparecer à Câmara, enforcando outros dois dias de trabalho.

Presidente interno da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) acordo com seus pares que na próxima semana os parlamentares também serão liberados para os festejos juninos, que na opinião dos políticos são importantes, principalmente em ano de eleições municipais. As ausências não serão descontadas do salário, como se o Brasil vivesse uma situação econômica privilegiada.

Em qualquer país minimamente sério, esse escárnio seria algo impossível, pois é inaceitável que o parlamentar, que custa em média 150 mil mensais ao contribuinte, deixe de trabalhar a bordo de uma desculpa esfarrapada.

No caso de um trabalhador da iniciativa privada desejar participar de festas juninas na terra natal, por certo terá de escolher entre duas opções: férias antecipadas ou o risco da demissão. Há quem diga que o Brasil é o país do futuro, cantilena que já dura muitas décadas, mas isso é impossível porque de onde deveria vir o exemplo os movimentos são na direção do atraso. Enfim…