Europol destaca ameaças do “Estado Islâmico” a Portugal e Espanha

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O Serviço Europeu de Polícia (Europol) destacou na quarta-feira (20) as “repetidas ameaças” do grupo terrorista “Estado Islâmico” (Daesh) a Portugal e Espanha, considerando que ataques semelhantes aos de novembro, em Paris, podem ocorrer em “futuro próximo” na União Europeia.

Em relatório sobre a situação e a tendência do terrorismo na União Europeia, em 2016, a Europol mencionou, no capítulo sobre terrorismo ‘jihadista’ e o Daesh, que a organização tem “repetidamente ameaçado a Península Ibérica e os membros da UE da coligação anti-EI nos seus vídeos de propaganda, fazendo referências específicas à Bélgica, França, Itália e Reino Unido”.

No documento, no parágrafo anterior ao acima mencionado, lê-se que os ataques de 13 de novembro, em Paris, que mataram 130 pessoas, introduziram uma tática para “causar mortes em massa”, ao combinar o uso de armas pequenas com dispositivos explosivos improvisados, colocados em coletes suicidas.

“A forma como estes ataques foram preparados e perpetrados – planeados por repatriados, muito provavelmente a receber instruções da liderança do Daesh, incluindo o uso de recrutas locais para realizar os atentados – leva-nos à avaliação de que ataques semelhantes podem voltar a ser encenados na UE, num futuro próximo”, destaca o relatório.

Na introdução ao relatório, o diretor da Europol, Rob Wainwright, ressaltou como a França foi o país que mais sofreu em 2015, ao contabilizar 148 mortes e mais de 350 feridos em ataques realizados de janeiro a novembro.


“Em 2015, assassinatos e ferimentos resultaram de ataques terroristas pouco sofisticados de lobos solitários e de ataques complexos e bem coordenados por grupos de militantes”, ressaltou Wainwright, acrescentando que o cuidadoso planejamento mostra ainda a “elevada ameaça para a UE de uma minoria fanática”.

O relatório mostra que o número de ataques “aumentou ligeiramente” em 2015, na comparação com o ano anterior. O serviço de polícia europeia registrou, no ano passado, 211 ataques entre ações falhadas, fracassadas ou completadas em seis países da UE, com quase metade (103) a ocorrer no Reino Unido, seguindo-se a França (72) e Espanha (25). Dos atentados resultaram 151 mortos – 148 na França, dois na Dinamarca e um na Grécia -, cenário que revela avanço elevado em relação a 2014, quando quatro pessoas morreram e seis ficaram feridas.

“Como em 2014, as armas de fogo foram usadas em pelo menos metade dos ataques registrados pelos Estados-membros. Explosivos foram usados em 24 ataques (22%), o que é a continuação do decréscimo do uso deste ‘modus operandi’”, lê-se no documento.

Quanto às prisões realizadas em 2015, no quadro do terrorismo, a Europol indicou duas detenções de separatistas, feitas em Portugal. No total, foram detidos 1077 indivíduos, contra 774, em 2014, com a maior parte registrada na França (424), Espanha (187) e Reino Unido (134), tendo ainda o relatório enfatizado que a maior proporção de detenções está relacionada com o terrorismo “jihadista” (168).

As estatísticas publicadas referiram um aumento da detenção de pessoas com menos de 25 anos (268, em 2015, contra 178, em 2014, e 87, em 2013) e a quase duplicação de mulheres detidas: 171, no ano passado, contra 96, em 2014. (Com Correio da Manhã)

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