Mercado projeta queda do PIB em 3,2% e inflação de 7,31%, em 2016; crise continua forte

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A economia brasileira tem apresentado alguns lampejos de esperança em relação ao futuro, mas a realidade continua dura e preocupante. Em outras palavras, a crise econômica para ter fôlego extra.

Consultados pelo Banco Central (BC), economistas das principais instituições financeiras que atuam no País ajustaram, pela terceira semana consecutiva, a estimativa de encolhimento da economia nacional. A projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 3,23% para 3,20%. Mesmo com esse pequeno recuo, o índice aponta na direção de uma crise sem solução no curto prazo.

Em relação ao próximo ano, os especialistas fixaram a projeção de crescimento do PIB em 1,1%, o mesmo das últimas quatro semanas. Esse número pode mudar dependendo da postura do governo diante do tão necessário e cobrado ajuste fiscal. Se os parlamentares não aprovarem o projeto que limita os gastos do governo, a situação certamente há de mudar para pior.

Na seara da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os economistas apostam que ao final deste ano o mais temido fantasma da economia estará em 7,31%, contra 7,20% da previsão anterior. Para 2017, a estimativa é inflação na casa de 5,14%, acima do centro da meta (4,5%) fixada pelo governo. Esses números constam da mais recente edição do Boletim Focus, do BC.


No tocante à meta de inflação, para este ano a projeção ultrapassa também o limite superior de 6,5%. O teto da meta para o ano que vem é 6%. É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 14,25% ao ano.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eleva a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, o isso gera reflexos nos preços, pois taxas de juro mais altas encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz o juro básico, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida compromete o controle sobre a inflação.

O Banco Central tem a missão de encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juro, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

A expectativa das instituições financeiras para a taxa subiu de 13,50% para 13,75% ao ano, ao final de 2016, e segue em 11% ao ano no fim do próximo ano.

A projeção para a cotação do dólar segue em R$ 3,30, ao final deste ano, e em R$ 3,50, no fim de 2017.

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