Enquanto Dilma Rousseff tenta de forma desesperada evitar a aprovação do processo de impeachment, o PT, após jogar a presidente afastada aos “leões”, centra esforços no projeto de recuperar a arranhada imagem de Lula e fazer do ex-metalúrgico um candidato com cacife político-eleitoral para 2018.
Para tanto, no vácuo do plano obtuso de transformar o petista em vítima de perseguição, com direito a recurso ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o PT lançou na noite de terça-feira (16) uma cartilha multilíngue que faz a defesa de Lula, tratado no documento como vítima de uma “caçada judicial”.
Cientes de que a legenda está sendo consumida pela lama do banditismo político, os “companheiros” não têm outra saída, que não a de negar a participação direta no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, mesmo que muitos dos seus caciques estejam atrás das grades – é o caso de José Dirceu, João Vaccari Neto e Paulo Ferreira – ou na mira de intrincadas investigações.
A cartilha lançada pelo PT tem tiragem de cinco mil exemplares, foi editada em vários idiomas – português, inglês, francês e espanhol – e será também distribuída no exterior. A ideia é vender o conceito mentiroso e oportunista de que Lula é alvo de perseguição política e vítima da violação de direitos humanos por parte da Justiça, mais precisamente do juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.
Como esperado, a publicação recebeu críticas de toda ordem e é considerada um claro sinal de desespero dos petistas diante do avanço das investigações da Lava-Jato, que em breve podem mandar Lula para a cadeia.
Vice-líder do PPS na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jordy (PA) afirmou, nesta quarta-feira (17), que a tal cartilha mostra o avançado grau de preocupação dos petistas diante da possibilidade de Lula ser alcançado pelas garras da lei. O documento afirma que “Agentes partidarizados do Estado, no Ministério Público, na Polícia Federal, e no Poder Judiciário, mobilizaram-se com objetivo de encontrar um crime –qualquer um– para acusar Lula e levá-lo aos tribunais.”
Para Jordy, além do desespero, o partido do ex-presidente mostra que, novamente, recorre à mentira para tentar convencer a comunidade internacional.
“Estes dados apresentados pelo PT não têm procedência nenhuma. É apenas parte da retórica marqueteira para tentar encobrir a verdade. É um ato de desespero. O ex-presidente da República está sendo acusado pelo Ministério Público, pelo procurador Geral da República que não foi nomeado pela oposição. Ele e a presidente afastada são alvos de uma delação que não foi feita pelos oposicionistas a seu partido. É fruto da colaboração premiada do ex-líder do governo do PT, Delcídio do Amaral”, destacou o deputado do PPS.
O parlamentar paraense lembrou que Lula é apenas um dos alvos da maior operação de combate à corrupção já realizada no País. E que a comunidade internacional não cairá neste jogo rasteiro e mitômano.
“O MP e a Justiça têm fortes elementos para acusar Lula por tramar a fuga de um então investigado na Lava-Jato, sem falar em outros inquéritos. Mas esta interferência na investigação é algo gravíssimo. Se confirmada, ele deve pagar no rigor da Lei”, acrescentou Jordy.
