Impeachment: julgamento da afastada Dilma começa com bate-boca e questões de ordem

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Somente um milagre poderá antecipar a decisão final do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Vana Rousseff, cujo julgamento começou na manhã desta quinta-feira (25). Isso porque a tropa de choque da petista vem apresentando seguidas questões de ordem, muitas delas rejeitadas pelo ministro Ricardo Lewandowski (STF), que de acordo com o que determina a legislação é responsável por conduzir o julgamento.

A primeira questão de ordem foi apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que pediu a suspensão do julgamento. Grazziotin alegou que o Congresso Nacional ainda não analisou as contas de 2015. O respectivo processo está no Tribunal de Contas da União e trata, entre outros temas, das pedaladas fiscais e dos decretos de crédito suplementar, bases legais do processo de impeachment.

“Vale mais um parecer prévio do Tribunal de Contas ou a decisão do Congresso? E se amanhã a presidente for inocentada? O mandato será devolvido a ela?”, questionou a senadora comunista.

Escalado para a contradita da mencionada questão de ordem, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) destacou que a suspensão do julgamento, até a análise das contas de 2015 do governo, já foi rejeitada em diversas etapas do processo. O democrata classificou a questão de ordem de Vanessa Grazziotin como “chicana” e “procrastinação”. “Não só é repetitivo, mas é um desrespeito ao ministro”, disse Caiado.


Senadora pelo Tocantins e ex-ministra da Agricultura no governo Dilma, a peemedebista Kátia Abreu solicitou ao presidente do STF que fosse retirada do processo a citação às pedaladas fiscais, alegando que a questão é referente ao Plano Safra, um dos maiores que o País já teve. O tema já havia sido levantado durante a tramitação do processo na Comissão Especial do Impeachment e Lewandowski rejeitou a questão de ordem.

Na sequência, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) ressuscitou a cantilena da não imparcialidade do relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG), alegando que o parlamentar é filiado ao partido do candidato derrotado na última eleição presidencial. A insistência petista em relação ao tema mostra o grau de desespero que toma conta do entourage de Dilma, que viu o próprio partido rechaçar sua proposta de plebiscito para novas eleições.

Até mesmo o jantar entre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente interino Michel Temer, na noite de quarta-feira (24), veio à baila. O assunto foi pinçado pelo petista Lindbergh Farias (RJ), ativo integrante da tropa de choque de Dilma. E não demorou muito para a antiga oposição rebater a fala descabida e rasteira.

“Estratégia de procrastinação, de chicana. O presidente do Senado também esteve com a presidente Dilma, e o senador Lindbergh não falou nada. Ele inclusive não manifestou seu voto”, rebateu Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

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