Vanessa Graziotin é “agredida” em Curitiba, após impeachment, ao ser confundida com Gleisi

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A situação de petistas e aliados ficou mais difícil depois que o Senado decidiu, por 61 votos a favor e 20 contra, pelo impedimento de Dilma Vana Rousseff, com direito à inconstitucional manutenção dos direitos políticos da agora ex-presidente.

No vácuo do longo processo de impeachment, um homem, de aproximadamente 40 anos, foi detido por trinta minutos pela Polícia Federal (PF), por volta das 23h45 da quarta-feira (31), no Aeroporto Internacional de Curitiba (Afonso Pena), por suposta tentativa de agressão à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

No momento do desembarque de passageiros que vinham de Brasília em avião da Latam, a senadora amazonense foi hostilizada por grupo favorável ao impeachment. Ao ser xingada, Grazziotin começou a filmar o entrevero quando o homem tentou tirar o celular de suas mãos. Após o tumulto, o homem foi levado para uma sala da PF.

Segundo testemunhas, os comissários de bordo tiveram de intervir para viabilizar a saída da senadora da aeronave. A PF foi acionada pela companhia aérea. O homem, que estaria alterado, foi retido até que todos os passageiros desembarcassem. O voo JJ 3151 da Latam saiu de Brasília às 22h05 e chegou às 23h45. Houve atraso de 30 minutos no desembarque. As informações são do Paraná Portal.

“Achei um absurdo, que foi uma agressão sim. Ela apontou o celular para filmar e quando ele puxou, ela puxou também, e pegou no cabelo dela. E ela acabou batendo a cabeça no braço da poltrona. A Polícia Federal não tinha delegado no aeroporto e acabaram não registrando a ocorrência na hora. Ele (o agressor) foi para a salinha da Polícia Federal”, revelou um passageiro que pediu para não ser identificado.


A psicóloga Ana Lúcia Canetti, que estava no fundo da aeronave, afirma que no momento do embarque um grupo já tinha se manifestado contra a senadora. “Lá no fundo as pessoas acharam que era a Gleisi (Hoffmann, PT-PR). Eu tinha visto ela embarcando e reparei que ela pediu para ficar em uma poltrona especial, mas não tinha mais, uma que é mais larga que fica lá na frente. Acho que ela já estava com medo (de ser hostilizada). Quando ela conseguiu a poltrona especial lá na frente, as pessoas começaram a gritar ‘fora querida’. Durante o voo pararam”, conta.

“Quando (os passageiros) começaram a desembarcar, e algumas pessoas começaram a gritar com ela, eu vi o cara pular pra cima dela, porque ela estava com um celular na mão. Os comissários avisaram que o desembarque ia demorar porque ‘houve uma agressão’. Ela saiu e o agressor foi retido”, disse. Segundo a PF, o passageiro não chegou a ser preso e foi liberado por volta da 0h20.

Por telefone, a assessoria informou que a senadora não registrou ocorrência e preferiu não divulgar o caso que considera lamentável. Vanessa Grazziotin participou da votação do impeachment no Senado na quarta-feira e, à noite, viajou a Curitiba para visitar a mãe que mora na capital paranaense.

Antagonismos políticos e ideológicos não justificam qualquer onda de radicalismo. A democracia baseia-se no equilíbrio das divergências e no convívio parcimonioso entre os que têm opiniões distintas. Isso significa, de chofre, que é imprescindível o respeito ao pensamento e à opinião alheia, o que não invalida a discordância. O contraditório encontra respaldo na liberdade, a intransigência, no totalitarismo.

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