Chefe do protesto contra Michel Temer em Brasília continua devendo explicações sobre Celso Daniel

(Iano Machado - UOL)
(Iano Machado – UOL)

Democracia sem protesto é prenúncio de totalitarismo. Protesto com o intuito de defender uma gestão marcada pela corrupção é despropósito. Manifestação que tem integrantes armados é crime. Passados os primeiros dias após o impeachment de Dilma Rousseff, partidos de esquerda e movimentos sociais (não são bem assim) têm se mobilizado para promover protestos contra o governo de Michel Temer, que chegou ao cargo na esteira da legalidade, mesmo que muitos discordem.

Temer está longe de ser o presidente dos sonhos, como sempre afirmamos, mas não se pode afirmar que sua ascensão ao poder se deu na esteira de um golpe. Porém, esse discurso há de avançar por mais algum tempo, pois é o que restou aos adeptos do banditismo político que transformaram o Palácio do Planalto em central de despachos do maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão.

Para provar que alguns dos protestos que têm ocorrido em várias cidades brasileiras não têm essência pacífica, nesta quarta-feira (7), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a Polícia Militar do Distrito Federal impediu que manifestantes chegasse à área em que estavam as autoridades presentes ao desfile do Dia da Independência.

Apoiados por integrantes de partidos políticos de esquerda, os participantes do Grito dos Excluídos foram revistados pelos policiais, que encontraram facas, canivetes, barras de ferro, estilingue, pedras e sprays. Para quem defende uma suposta democracia, o arsenal é típico de totalitaristas que não aceitam a derrota.


Entre os manifestantes estava o petista Gilberto Carvalho, ex-secretário da Presidência da República, que debaixo de um chapéu gritava “Fora Temer”. Dono de desfaçatez e dissimulação que se equivalem em qualidade e extensão, Gilberto Carvalho continua devendo aos brasileiros uma explicação convincente sobre o enredo criminoso e rocambolesco que antecedeu o brutal assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André, importante cidade do chamado Grande ABC.

Carvalho não apenas foi secretário municipal na gestão de Celso Daniel, mas responsável pelo recolhimento da propina paga semanalmente pelos empresários de ônibus da cidade. De acordo com depoimento da deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP), o petista extorquia seu pai, um empresário de ônibus de Santo André, toda semana. Carvalho chegava à empresa a bordo de um carro preto e, na companhia de dois capangas, acomodava-se em uma sala para, com arma de fogo sobre a mesa, conferir o valor da propina.

Como se não bastasse, após o violento assassinato do prefeito de Santo André, que à época estava cotado para ser ministro da Fazenda no primeiro governo Lula, Gilberto Carvalho foi flagrado pela polícia em conversas telefônicas nada republicanas. Em um dos diálogos, abusando da ousadia, Carvalho diz a Ivone Santana, então namorada do prefeito assassinado, que ela estava a desempenhar bem o papel de viúva. Isso porque o PT precisava passar à opinião pública a sensação de que o crime foi comum.

Ao contrário do que dizem os petistas estrelados, a morte de Celso Daniel foi um crime encomendado por “companheiros” que não aceitaram cobranças sobre o destino dado ao dinheiro da corrupção. Na verdade, a propina deveria reforçar o caixa da campanha de Lula em 2002, mas parte dos imundos recursos serviu para que alguns delinquentes adquirissem luxuosas e confortáveis casas de veraneio em cidades fincadas no entorno da capital paulista.

Confira abaixo os principais trechos das gravações telefônicas do caso Celso Daniel, divulgadas à época com exclusividade pelo UCHO.INFO. Em uma delas, o ex-ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Ivone Santana tratam a morte de Celso Daniel com frieza.

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