Washington e Moscou anunciam acordo para cessar-fogo na Síria do ditador Bashar al-Assad

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Estados Unidos e Rússia chegaram, nesta sexta-feira (9), a um acordo inicial para uma cessação das hostilidades na Síria. O acordo abre caminho para uma solução política para o conflito que eclodiu em 2011, já matou mais de 200 mil pessoas e resultou no deslocamento de praticamente a metade da população síria.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o ministro do Exterior da Rússia, Sergey Lavrov, disseram que o cessar-fogo começará em 12 de setembro, quando muçulmanos observam o feriado religioso Eid al-Adha, e compreenderá a paralisação plena de todas as operações de combate, incluindo os bombardeios aéreos.

“Hoje, os Estados Unidos e a Rússia anunciam um plano que, esperamos, venha reduzir a violência, o sofrimento e facilite o caminho em direção à paz negociada e a uma transição política na Síria”, afirmou Kerry.

O chefe da diplomacia americana afirmou também que os Estados Unidos acreditam que a Rússia tem a capacidade de pressionar o presidente sírio, Bashar al-Assad, para acabar com o conflito e sentar-se à mesa das negociações.


“Se o plano for executado em boa fé […] este pode ser um momento em que os esforços e as negociações multilaterais na mesa diplomática se consolidarão e poderiam enfim prover o povo sírio com uma transição política”, disse Kerry.

No entanto, o secretário de Estado norte-americano alertou que o acordo é uma “oportunidade” para todas as partes envolvidas no conflito, acrescentando que os acordos apenas se manterão se houverem medidas concretas no solo sírio, no campo de batalha.

Por um lado, Kerry pleiteou que todos os grupos de oposição na Síria necessariamente devam aderir ao cessar-fogo. Por outro, ele acrescentou que o acordo também estipula que o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, “não executará missões aéreas de combate onde oposicionistas estão localizados”, medida classificada de alicerce da cessação das hostilidades.

Por fim, o secretário de Estado dos EUA anunciou que foi decidido que, após um período de sete dias de respeito desta trégua, ambos os países realizarão ataques coordenados contra posições dos grupos terroristas Frente Fateh al-Sham (antiga Frente Al Nusra) e “Estado Islâmico”. (Com agências internacionais)

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