Padilha diz que aprovação da PEC dos gastos está garantida, mas não revela o custo nos bastidores

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Sacar Dilma Rousseff definitivamente do poder e efetivar Michel Temer no cargo de presidente da República nem de longe é uma garantia para a solução dos numerosos e graves problemas que afetam a economia nacional. Vivendo a mais grave crise econômica da sua história, o Brasil precisava não apenas da boa vontade dos parlamentares, mas de um momento de desprendimento e patriotismo dos parlamentares que decidirão sobre propostas do Executivo.

Ministro-chefe da Casa Civil e repetidas vezes atrapalhando o governo por agir como superministro, Eliseu Padilha disse, nesta segunda-feira (19), que confia na aprovação da Proposta de emenda à Constituição (PEC) que limitará os gastos federais.

De acordo com o ministro, o governo já teria conseguido base parlamentar favorável à medida que poderá dar um alívio na economia brasileira após alguns longos meses da sua aprovação. Padilha afirmou, durante evento em São Paulo, que é importante limitar os gastos, do governo, exceto na educação e na saúde, para que o País consiga retomar o crescimento econômico.

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Entre o que afirma Eliseu Padilha e o que acontecerá no Congresso Nacional há uma considerável diferença. Primeiro porque a negociação com deputados e senadores não é tão simples e passa obrigatoriamente pelo fisiologismo criminoso que reina na política. Isso significa que a aprovação da mencionada PEC demandará contrapartida por parte do governo, que será obrigado a atender às reivindicações dos partidos que integram a chamada base aliada.

Padilha descartou o aumento da carga tributária como forma de compensar o rombo nas contas públicas, mas não foi corajoso o suficiente para dizer aos brasileiros quanto custará a aprovação da chamada “PEC do Teto dos Gastos”. Assim como aconteceu na era petista, o governo de Michel Temer foi escandalosamente loteado, com cargos de destaque na estrutura ministerial sendo ocupados por incompetentes e corruptos.

Se do jeito em que se encontra atualmente a equipe ministerial não inspira confiança, com mais distribuição de cargos a situação deve piorar muito. Michel Temer prometeu no primeiro momento, ainda como interino, que formaria uma equipe de governo com notáveis, mas acabou refém do banditismo político que impera no Congresso. Deputados e senadores não estão interessados com os destinos do País, mas, sim, com o podem lucrar de maneira espúria na esteira do apoio político de aluguel e da aprovação de matérias de interesse do governo.