FIFA multa CBF por comportamento homofóbico da torcida brasileira em jogo contra a Colômbia

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A FIFA multou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 20 mil francos suíços (cerca de R$ 66 mil) por conta do comportamento da torcida verde-loura em jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo, quando entoou gritos homofóbicos na partida contra a Colômbia, em Manaus, no dia 6 de setembro. A torcida brasileira gritou “bicha” para o goleiro colombiano.

A entidade, em uma ofensiva contra incidentes de homofobia nos estádios, já puniu em 24 ocasiões diferentes seleções, com multas totalizando 550 mil francos suíços, mais de R$ 1,8 milhão. Em todos os casos, as seleções envolvidas eram latino-americanas e nenhum outro incidente foi registrado em jogos oficiais pelo mundo. Treze jogos ocorreram entre seleções sul-americanas e o restante eram partidas válidas pelas Eliminatórias da Concacaf.

Pela primeira vez a CBF foi punida por homofobia. Uma advertência também foi lançada. Se a prática continuar, o Brasil pode ficar proibido de atuar em certos estádios do País ou mesmo jogar a portas fechadas.

Em outras três partidas da seleção, os jogadores brasileiros que foram alvos de cantos de caráter homofóbicos pelos adversários. Isso ocorreu contra a Argentina em novembro do ano passado, contra Chile em outubro de 2015 e contra o Paraguai em março deste ano.

Pressionada diante da Copa do Mundo na Rússia em 2018, a FIFA quer demonstrar que está agindo contra o racismo e discriminação. Contudo, na última semana o presidente da entidade, Gianni Infantino, decretou o fim de um grupo de trabalho que havia sido criado para lutar contra o racismo no futebol, alegando que os especialistas haviam “atingido seus objetivos”.

Agora, a entidade quer mostrar que está agindo e pela primeira vez pune o Brasil. De acordo com a FIFA, procedimentos disciplinares também haviam sido abertos contra Honduras, El Salvador, México, Canadá, Chile, Argentina, Paraguai, Peru, Itália e Albânia, entre outros. Mas os casos de homofobia se limitaram às seleções latino-americanas.


A pena chegou a 65 mil francos (R$ 213 mil) por dois casos envolvendo a seleção de Honduras, El Salvador teve de pagar 45 mil francos (R$ 148 mil), contra 30 mil para a Itália em um caso de racismo, além de 30 mil no caso do México e Peru (R$ 98 mil). A punição ao Paraguai foi de 25 mil (R$ 92 mil), mesma taxa cobrada da Argentina. A menor das multas foi dada ao Brasil.

Nos 24 incidentes identificados desde o início das Eliminatórias, a FIFA já coletou das seleções latino-americanas 550 mil francos em multas, apenas por conta da homofobia. A maior das penalidades foi imposta contra o Chile que, depois de já ter sido multado, voltou a cometer infrações e agora não poderá disputar o jogo do dia 28 de março contra a Venezuela no Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago. Os chilenos ainda terão de pagar mais 65 mil francos em multas.

“Torcidas mostraram uma conduta discriminatória ou antidesportiva, chegando a entoar cantos homofóbicos em alguns casos”, explicou a FIFA.

Para chegar às multas, a entidade avaliou os informes dos árbitros, a postura da federação, assim como as observações de grupos que monitoram o comportamento dos torcedores.

A entidade ainda indica que, em alguns casos, foi levado em conta fatores “atenuantes”, como o esforço de federações a criar a consciência entre seus torcedores para se evitar atos discriminatórios.

Além dos 20 mil francos, a CBF terá de pagar outra multa de 3 mil francos à entidade por atrasos no início do jogo contra o Equador, no campo adversário. Naquele mesmo jogo, os equatorianos tiveram de pagar outra multa de 7 mil francos.

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