Morte do ator e humorista Orival Pessini, aos 72 anos, leva a “alma” de Fofão e Patropi

orival_pessini_1001

Ator, humorista e criador de personagens como Fofão, Patropi e Sócrates (Planeta dos Homens) Orival Pessini morreu na madrugada desta sexta (14), aos 72 anos, em São Paulo.

Pessini estava internado no Hospital São Luiz, na zona sul da capital paulista, e lutava contra um câncer no baço. O enterro está marcado para ocorrer às 17h desta sexta-feira, no Cemitério Gethsêmani, no bairro de Vila Sônia, zona oeste de São Paulo.

Paulistano, nascido em 1944, o ator era divorciado, deixa um filho e três netas. Conhecido por bordões “sei lá, entende?” e “numa velocidade”, Pessini era um humorista quase em rosto, pois seus personagens estavam sempre mascarados e carregando grandes bochechas.

Pessini começou a carreira artística no teatro, mas foi na televisão que ganhou visibilidade e pode exibir um talento excepcional e refinado. Em 1963, na antiga TV Tupi, participou do programa infantil “Quem Conta um Conto”, da TV Tupi. Anos depois, já na Rede Globo, alcançou o sucesso com os personagens “Sócrates” e “Charles” no programa “Planeta dos Homens”. Foi interpretando o macaco “Charles” que Pessini lançou o bordão “Não precisa explicar, eu só queria entender!”.


Na Globo, o ator criou o Fofão, o alienígena de bochechas enormes, nascido na Fofolândia, que trocava as sílabas de lugar e vestia camiseta listrada e macacão jeans. Fofão começou como coadjuvante no programa “Balão Mágico”, em 1983, e depois ganhou programa próprio, na Band, fruto da sua popularidade entre as crianças.

Sobre a criação de Fofão, Pessini dizia que buscou inspiração do personagem “E.T.”, de Steven Spielberg, ao qual agregou nariz de porco, pelos de urso, bochechas do cachorro São Bernardo e essência de palhaço. Ao apresentador de Danilo Gentli, do programa “The Noite” (SBT), Pessini disse que seu objetivo era criar um personagem que passasse “calor humano” e “sentimento”.

No começo deste ano, Pessini irritou-se ao saber que um integrante da Carreta Furacão, grupo de adultos fantasiados, pretendia ir a um protesto pró-impeachment de Dilma com uma fantasia “fake” do Fofão.

Pessini proibiu, dizendo: “Eu não autorizo o uso da minha imagem em nenhum tipo de evento político, de um lado ou outro, nem no vale do Anhangabaú, nem na avenida Paulista”, esbravejou à época. “É uso indevido de imagem. Ninguém pediu autorização para usar. Não é legal.”

apoio_04