Morre no Rio de Janeiro, aos 72 anos, Carlos Alberto Torres, o último capitão a erguer a Jules Rimet

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Não foi por acaso que Carlos Alberto Torres foi escolhido capitão da seleção brasileira que arrebatou a Taça Jules Rimet na Copa do Mundo de 1970, no México. Dono de personalidade forte e de um estilo de jogar inusitado naquela época, que mesclava a essência de um defensor com lampejos de um ala, Carlos Alberto esbanjava elegância nos gramados.

Com a braçadeira de capitão, Torres soube comandar a melhor seleção de todos os tempos, que os jovens de hoje só conheceram através dos videotapes. Carlos Alberto Torres foi considerado um dos maiores laterais-direitos de todos os tempos no esporte bretão. Para muitos especialistas, foi o melhor de todos. Eis a seleção de ouro: Félix, Brito, Piazza, Carlos Alberto, Clodoaldo e Everaldo, Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivelino, sob o comando de Mário Jorge Lobo Zagallo.

O “Capitão do Tri” começou a carreira no Fluminense, de onde saiu na condição de um dos melhores do País em sua posição. Em 1963 chegou à seleção brasileira que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos disputados em São Paulo. No ano seguinte, ganhou o Carioca pelo Tricolor das Laranjeiras.

Contudo, a melhor fase da carreira do “Capita” foi no Santos Futebol Clube, entre 1965 e 1975, era de ouro do Alvinegro Praiano, com direito a rápida passagem (um ano) pelo clube da Estrela Solitária, o Botafogo.


Após uma década na Vila Belmiro, Torres voltou para o Fluminense, onde ficou por dois anos (75 e 76). Na sequência vestiu a camisa do Flamengo e encerrou a carreira de atleta aos 38 anos, no New York Cosmos, que reuniu celebridades futebolísticas e serviu como balão de ensaio para divulgar o futebol na terra do Tio Sam.

Estreou como treinador em 1983, no Flamengo, mas não repetiu à beira do gramado o que fez dentro das quatro linhas, mesmo tendo comandado os principais times de futebol do País. Isso não comprometeu seu currículo como futebolista, pois sua atuação como jogador foi simplesmente magistral.

Carlos Alberto estava em casa, na Barra da Tijuca, quando passou mal por volta das 10h30. Ele foi levado às pressas ao Hospital Riomar, onde chegou com quadro de parada cardiorrespiratória. Todas as tentativas para reanimar o “Capitão do Tri” não tiveram sucesso.

O médico Marcelo Meucci, que atendeu o ex-jogador, disse que possivelmente Carlos Alberto faleceu por conta de infarto agudo do miocárdio. “Foi provavelmente um infarto agudo do miocárdio. Algumas vezes obtemos êxito. Teríamos condições de reanimar com procedimento, mas ele não nos deu essa chance” disse Meucci.

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