Irmão de Eduardo Campos foi traído pela cunhada e por parte do PSB na disputa pela prefeitura de Olinda

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O resultado da eleição para a prefeitura de Olinda revelou algo inusitado, pelo menos até então, na política pernambucana. O advogado Antônio Campos (PSB), conhecido como Tonca, foi alvo de traição partidária e familiar.

Nesta terça-feira (1), Antônio Campos, candidato derrotado na disputa pela prefeitura de Olinda (PE), concedeu entrevista coletiva, ocasião em que fez um balanço da campanha rumo à administração da cidade pernambucana que é Patrimônio Cultural da Humanidade. Durante o encontro, Tonca, irmão do finado Eduardo Campos, detalhou episódio no mínimo estranho e que ocorreu dez dias antes da realização do segundo turno.

Chefe da Casa Civil do governo de Paulo Câmara, o secretário Antônio Figueira perguntou, em grupo fechado do WhatsApp, formado por integrantes da cúpula do PSB, o endereço eletrônico de Augusto Coutinho, presidente do diretório estadual do Solidariedade e patrocinador da candidatura de Professor Lupércio, prefeito eleito de Olinda.

A manobra deixa claro que ocorreu o uso da máquina estadual em favor do candidato Professor Lupércio, em prejuízo de Antônio Campos. O governador pernambucano foi comunicado da inadequada e covarde operação, mas nada fez para impedir uma estratégia que já provoca um racha no PSB local, com consequências no âmbito nacional da legenda.

Neto de Miguel Arraes, o candidato Antônio Campos foi traído não apenas pelo governador de Pernambuco, mas pelo chefe de gabinete do Palácio Campo das Princesas, o sobrinho João Campos, filho e herdeiro político de Eduardo Campos.

Nessa inexplicável queda de braços estão a ministra Ana Arraes (TCU) – mãe de Eduardo e de Tonca – e Antonio Campos de um lado, enquanto de outro estão Renata Campos (viúva de Eduardo Campos) e os filhos.


Homem de conduta ilibada e tido no estado como “ficha limpa”, Tonca desabafa ao comentar a atuação rasteira da cunhada: “Acho que Renata Andrade Lima Campos não foi grata comigo… Essa é uma história que remonta há muito tempo, ela jamais gostou dos Campos, inclusive do meu pai (Maximiano Accioly Campos)”.

Afirmando que “o PSB trabalhou contra [sua candidatura] o tempo todo”, Antonio Campos diz que continuará na política e no PSB. “Nasci nela e continuarei na política. Sou candidato em 2018. Não vou sair do PSB, inclusive vou participar das eleições nacionais em novembro de 2017”, declarou Tonca em entrevista.

“Esse partido foi construído, em grande parte, pelo meu avô e tenho a honra de presidir o Conselho Deliberativo do Instituto Miguel Arraes. Por convocação da minha avó Magdalena Arraes, cujo centenário de nascimento comemoramos esse ano, em dezembro”, completou.

Antônio Campos promete ingressar com notícia-crime, com provas e elementos de sobra, contra o que ele classifica como uso da máquina pública estadual em favor do seu adversário. Contra a traição da cúpula do partido, só mesmo o tempo dirá quem resistirá à covardia explícita.

Enquanto Eduardo Campos esteve vivo, Renata manteve relação de aparência com a família do marido, mas sua postura nunca convenceu os integrantes do clã Arraes. A sua decisão de comandar uma intifada no PSB pernambucano não apenas mostra a sua essência, mas o desejo descontrolado pelo poder, mesmo que esse se materialize através do filho João.

Diz a sabedoria popular que as aparências enganam na extensa maioria das vezes. E o desenrolar dos fatos vida é a prova maior desse dito. Como pregavam os romanos à época de Júlio César, à mulher do imperador, Pompeia Sula, não bastava ser honesta, mas parecer honesta. E Renata Campos precisa revirar as páginas da história da Roma Antiga, pois nela há lições imprescindíveis.

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