O drama das crianças de Calais

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O governo francês iniciou nesta quarta-feira (2) a realocação dos últimos ocupantes da chamada “Selva de Calais”: 1,5 mil crianças desacompanhadas que, em sua maioria, aguardavam no acampamento uma chance de cruzar o Canal da Mancha rumo ao Reino Unido.

Os menores serão levados para cerca de 400 abrigos espalhados por toda a França. A maioria é oriunda do Afeganistão, Sudão e Eritreia e quer atravessar para o Reino Unido com o objetivo de encontrar seus parentes.

“Eles serão levados de ônibus para centros de acolhimento de menores pela França”, disse Stephane Duval, que chefia um abrigo estatal construído com contêineres perto do acampamento. “Não haverá envios ao Reino Unido por enquanto. Os pedidos estão sendo estudados.”

Segundo o presidente François Hollande, os menores que não forem levados para o exterior receberão cuidado do Estado francês. Enquanto estiver sob as leis da União Europeia, o Reino Unido é obrigado a receber menores com laços de famílias comprovados com imigrantes que vivam em seu território.


Londres e Paris entraram em atrito nos últimos dias, após Hollande pedir que a primeira-ministra britânica, Theresa May, assuma parte de responsabilidade pelos menores. Após a demolição do acampamento, as crianças estavam num abrigo provisório.

A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, alertou que nenhum menor podia ficar sem amparo em território francês. O governo francês respondeu que tinha cumprido com sua parte e pediu que Londres assumisse seus compromissos.

“Falei com a primeira-ministra britânica para que os britânicos acompanhem esses menores e possam assumir o que os corresponde para, depois, acolhê-los no Reino Unido”, comentou Hollande no fim de semana.

Na segunda-feira, equipes de demolição concluíram a remoção de alojamentos desocupados e tendas em Calais, após a retirada na semana passada de milhares de imigrantes. Cerca de 6 mil pessoas chegaram a viver no acampamento. (Com agências internacionais)

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