Inflação acelera para 0,26% em outubro, mas é o menor índice para o mês em 16 anos

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De acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou o mês de outubro em 0,26%.

O resultado representa aceleração em relação a setembro, quando a alta dos preços havia sido de 0,08%. Contudo, o índice é o menor para o mês de outubro desde 2000, quando alcançou a marca de 0,14%. Em outubro de 2015, a inflação chegou a 0,82%. A alta dos preços acumulada no ano é de 5,78%, em doze meses, de 7,87%. No ano passado a inflação foi de 10,67%.

Vale destacar que o resultado ainda está muito acima do limite máximo da meta do governo. O objetivo é manter a inflação em 4,5% ao ano, porém com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.

O grupo dos transportes foi o que mais subiu em outubro (+0,75%), puxado por alta de 10,06% no preço das passagens aéreas.

Os preços de roupas (+0,45%) e de itens de saúde e cuidados pessoais (+0,43%) também subiram, assim como o do grupo habitação (+0,42%). Nesse grupo, destacam-se os aumentos no preço do botijão de gás de cozinha (+1,19%) e das taxas de água e esgoto (+0,74%).

Alimentos e bebidas, que têm grande peso no IPCA, ficaram 0,05% mais baratos no mês passado. O preço do leite longa vida caiu 10,68% no mês, mas ainda acumula alta de 25,66% no ano.


Cerca de 9% mais barato em outubro, o feijão carioca já subiu 105,85% em 2016. Outros produtos que ficaram mais baratos no mês foram a cebola (-6,48%), ovos (-4,77%) e hortaliças (-4,45%). Por outro lado, as carnes (+2,64%) e os peixes (+2,1%) ficaram mais caros.

A inflação alta tem sido uma das principais preocupações do Banco Central nos últimos anos. A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.

Entretanto, a taxa de juros já está alta e aumentá-la ainda mais poderia comprometer a retomada do crescimento da economia. O Banco Central tem dito que buscará deixar a inflação dentro da margem de tolerância deste ano. Atualmente os juros estão em 14% ao ano.

De acordo com o último Boletim Focus, a projeção para a inflação no final deste ano está em 6,88%. Para os próximos 12 meses, a projeção de inflação é de 4,95%. Para 2017, os analistas reduziram a previsão de 5% para 4,94%.

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