Ex-governador do RJ, Moreira Franco está na mira da PF por envolvimento na “farra das passagens aéreas”

moreira_franco_1002

O caótico cenário político-econômico do Rio de Janeiro deve piorar sobremaneira nos próximos dias. A prisão dos ex-governadores Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ) foi só o início da esperada turbulência local. Isso porque na mira dos investigadores está o também ex-governador Wellington Moreira Franco (PMDB-RJ), atual secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e um dos principais nomes do governo do presidente Michel Temer. Franco é sogro do atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ)

No caso de Moreira Franco ser preso, desencadeará um efeito dominó que não deixaria nem mesmo o governo federal imune aos efeitos colaterais da crise que devasta o País de forma impressionante e contínua.

O nome dele foi envolvido recentemente no escândalo conhecido como “farra das passagens” por uso indevido de dinheiro público na compra de passagens aéreas. A Procuradoria da República apresentou denúncia contra ex-parlamentares acusados de utilizar indevidamente cota de passagens aéreas da Câmara dos Deputados. Outros 442 ex-deputados também foram citados.

Para completar o estrago, Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de relações institucionais da Odebrecht e um dos executivos da construtora que negociam acordos de colaboração com a força-tarefa da Operação Lava-Jato, teria afirmado em depoimento que Moreira Franco pediu, em 2014, quando era ministro da Secretaria de Aviação Civil do governo Dilma Rousseff , uma contribuição financeira de R$ 3 milhões. Segundo o executivo, “era propina pura e simples”, solicitada por um ministro que lidava com interesses bilionários da Odebrecht no setor de aeroportos.


Outra questão que coloca Moreira Franco em xeque é a investigação do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro sobre um erro no sistema de informática da Caixa que pode ter resultado em um prejuízo de R$ 1 bilhão ao banco público. A falha é vinculada à vice-presidência de Loterias e Fundos de Governo, à época ocupada pelo peemedebista.

A ex-governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho (PR-RJ), atual prefeita de Campos dos Goytacazes e mulher de Anthony Garotinho, também está na mira de investigação da Justiça Eleitoral que apura suspeita de abuso de poder político e econômico em sua gestão.

De acordo com o Ministério Público Estadual, a prefeita e outros gestores são investigados por suposto esquema para obtenção de votos em favor de candidatos por eles apoiados.

A situação econômica do Rio de Janeiro há de piorar com esse cenário, principalmente porque o governador Luis Fernando Pezão (PMDB), que propôs medidas de austeridade, como direito a aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais para 30%, como forma de minimizar a crise financeira, terá sérias dificuldades para aprovar a medida, mesmo com apoio na Assembleia Legislativa.

apoio_04