Ré por corrupção no Petrolão e na mira da Custo Brasil, Gleisi pede que senadores ‘cortem a própria carne’

gleisi_hoffmann_1078

Não há limite para o cinismo e o devaneio da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que até recentemente atuava como “pitbull” da agora ex-presidente Dilma Rousseff, apeada do cargo por crime de responsabilidade.

Ré por corrupção na Operação Lava-Jato por ter embolsado propina de R$ 1 milhão, acusada por sete delatores de envolvimento em outros episódios de roubalheira explícita, beneficiária direta, segundo o Ministério Público Federal, do surrupio de R$ 100 milhões de aposentados e servidores federais (Operação Custo Brasil), cujo comando esteve com seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), Gleisi de fato não se acanha. E por conta desse comportamento acha-se no direito de distribuir lições de moral aos seus colegas no Senado.

Segundo a senadora paranaense, depois de aprovar a PEC 55, rotulada pela petista como “PEC da Maldade”, com a desfaçatez que lhe é peculiar, o Senado deveria dar o exemplo e “cortar na própria carne”.

Gleisi conclama os senadores a aprovarem três projetos de sua autoria que cortam benefícios dos parlamentares. O primeiro, já aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e que está a caminho do plenário, reduz o salário dos senadores em 20%. É verdade que a crise exige que o Brasil corte gastos, mas alguns alarifes com mandato não pode substituir a eventual diferença salarial com propinas, como fazem muitos.

O segundo projeto extingue a vitaliciedade dos planos de saúde destinados aos senadores, assim como suspende o direito ao benefício quando o parlamentar estiver de licença não remunerada.


O terceiro projeto diminui em 10% a verba de gabinete e reduz para quatro o número de passagens aéreas a que cada parlamentar tem direito mensalmente, apenas para o Estado de origem do senador. Para Gleisi, o Congresso tem a obrigação de dar o exemplo no momento em que o governo impõe um drástico sacrifício aos mais pobres.

A demagogia e o cinismo de se envolver em esquemas milionários de corrupção, mas sequência posando como monumento à austeridade, é um truque típico do PT, desde a criação da legenda.

Tão logo começou a abocanhar prefeituras, o Partido dos Trabalhadores tratou de saqueá-las em benefício próprio e dos “companheiros”, como demonstra o episódio trágico de Celso Daniel. A inovação introduzida por Gleisi é a de uma pessoa apanhada em flagrante delito – denunciada e ré por corrupção, com evidências de culpa de todas as naturezas – que insiste em despejar sobre a opinião pública um discurso cínico, na expectativa de conseguirá convencer alguém.

Em vez de dedicar-se a mais um espetáculo de proselitismo barato, como sempre faz, Gleisi Helena deveria preocupar-se com o fato de que até agora não deu aos brasileiros uma explicação sobre a nomeação de um pedófilo, condenado à prisão por estupro de vulneráveis (menores de 14 anos), a cargo de confiança na Casa Civil. Eduardo Gaievski, o “queridinho” da senadora, foi condenado a mais de cem anos de prisão, podendo em breve de ser alvo de outra pena com tempo de reclusão idêntico ou maior.

Em suma, Gleisi não tem um grama de moral sequer para determinar o que devem fazer os senadores, assim como é desprovida de qualquer dose de conhecimento para criticar corte de gastos e medidas que visam tirar o País do atoleiro da crise.

apoio_04