Cristiano Ronaldo sonegou impostos até 2014, afirma revista alemã

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O português Cristiano Ronaldo, jogador do Real Madrid, teria utilizado até 2014 uma empresa offshore nas Ilhas Virgens Britânicas (BVI) para sonegar milhões de euros em impostos, afirmou na última sexta-feira (2) a revista alemã Der Spiegel, na primeira de uma série de reportagens sobre denúncias de negócios escusos envolvendo astros do futebol europeu.

De acordo com a publicação, Cristiano Ronaldo teria utilizado uma empresa fictícia das Ilhas Virgens para ocultar receitas internacionais por publicidade no valor de 75 milhões de euros. O jogador teria tirado proveito de um privilégio do qual gozaram os jogadores profissionais na Espanha até 2014, embora e-mails de assessores do atleta demonstrem que eles se preocupavam com um possível vazamento de detalhes da empresa caribenha.

Procurados pela reportagem, os advogados de Cristiano Ronaldo afirmaram que as autoridades espanholas estão revisando atualmente as declarações de imposto de renda do jogador, mas não foram encontradas irregularidades. Já a empresa do agente do atacante disse que ele cumpriu com todas as obrigações fiscais.

A denúncia sobre Cristiano Ronaldo procede de um vazamento de 1,9 terabytes de dados ao qual teve acesso a rede de veículos de imprensa European Investigative Collaborations (EIC) e no qual trabalharam 60 jornalistas durante mais de sete meses.

Entre os 18,6 milhões de documentos vazados, há contratos originais de jogadores com acordos secretos, e-mails e planilhas. Os dados foram disponibilizados à imprensa pela plataforma “Football Leaks”, que surgiu em Portugal e visa encontrar documentos para denunciar a corrupção no futebol.


Dribles fiscais

Segundo a Der Spiegel, os documentos mostram que várias estrelas do futebol europeu se esforçam muito para ocultar suas receitas ao fisco e, na primeira reportagem, revela os casos de Cristiano Ronaldo e do jogador alemão Mesut Özil.

Sobre Özil, que também jogou no Real e agora defende o Arsenal, a revista divulgou que o jogador teve de pagar 2,8 milhões de euros depois que uma inspeção da Agência Tributária da Espanha levou à revisão das suas declarações de imposto de renda entre 2011 e 2013.

A Der Spiegel e os outros membros do EIC disseram que nas próximas semanas continuarão publicando outras denúncias sobre o futebol profissional. (Com agências internacionais)

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