Combates entre Exército sírio e rebelde recomeçam e retirada de moradores em Aleppo é interrompida

aleppo_1009

Os combates entre forças do governo da Síria e rebeldes recomeçaram em Aleppo nesta quarta-feira (14), apenas um dia após o início de um cessar-fogo acertado entre as partes. O Exército sírio retomou os combates depois de suposta ofensiva das forças rebeldes, afirmaram militares russos, mas não é essa a realidade dos fatos. Os rebeldes teriam aproveitado o cessar-fogo para se reagrupar durante a madrugada.

Nas primeiras horas desta quarta-feira (horário local) deveria ter começado a retirada de civis e rebeldes de Aleppo, mas, no início da manhã, a operação estava atrasada. Imagens de televisão mostraram ônibus que seriam usados para a retirada parados.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou em comunicado que os combates foram reiniciados após as milícias rebeldes romperem a trégua. “O ataque dos terroristas foi contido. O Exército sírio prossegue com a operação para liberar os distritos de Aleppo controlados pelos rebeldes”, afirmou o órgão.

Segundo o Ministério da Defesa, os militares russos organizaram a retirada dos combatentes rebeldes, mas os insurgentes teriam se reagrupado e reiniciado as hostilidades. O comboio de ônibus que deveria transportá-los para fora da cidade teria sido alvo de tiros disparados a partir do território dos rebeldes, em aparente tentativa de romper o bloqueio das posições sírias no nordeste de Aleppo.

Por outro lado, os líderes da oposição atribuem o adiamento da retirada às forças iranianas apoiadas por milícias xiitas, aliadas ao presidente Bashar al-Assad, que teriam bloqueado a passagem e reiniciado os combates no leste da cidade.


Mais de 30 ônibus permaneciam estacionados em uma das áreas controladas pelo governo para realizar a retirada. Entretanto, relatos indicam que muitos deles retornaram sem passageiros, o que indicaria o fracasso do cessar-fogo ou ao menos um atraso ainda maior no início da retirada.

O ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, previu que a “resistência” dos últimos rebeldes em Aleppo durará mais dois ou três dias. “Espero que a situação seja regularizada em dois ou três dias. Os combatentes vão cessar a sua resistência daqui a dois ou três dias”, declarou Lavrov.

A retirada deveria ocorrer após duas semanas de avanços rápidos das tropas sírias e de seus aliados, o que forçou os insurgentes, sob intensos bombardeios e ataques de artilharia, a se entrincheirar num pequeno enclave no leste de Aleppo.

Com o fim dos combates, um acordo para a retirada de civis e de combatentes insurgentes foi alcançado na terça-feira com o governo de Damasco, anunciaram líderes dos rebeldes e o embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vitaly Churkin. Os termos do acordo foram concluídos sob a liderança da Rússia e da Turquia, aliados do regime de Assad e dos rebeldes, respectivamente, afirmam líderes dissidentes. Horas depois do anúncio do acordo, os combates na zona leste da cidade terminaram, anunciou Churkin.

Os intensos combates deixaram a cidade, que era um importante centro econômico, em ruínas, causando a morte de milhares de pessoas e contribuindo para o agravamento da crise de refugiados.
Com a intensificação dos bombardeios das aeronaves russas, aumentou a preocupação da comunidade internacional em relação aos 250 mil civis que estavam presos no leste de Aleppo, sofrendo com a escassez de alimentos e água e com o fechamento dos hospitais. (Com agências internacionais)

apoio_04