Lava-Jato: Moro aceita denúncia do MPF e Lula e mais sete pessoas tornam-se réus em nova ação penal

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Se algumas pessoas passarão as festas de final de ano com a cabeça quente, uma delas é Luiz Inácio da Silva, o dramaturgo do Petrolão, que protagonizou o período mais corrupto da história nacional e alega ser vítima de perseguição política e caçada judicial.

Lula pode até repetir a mentirosa afirmação “não tem uma viva alma mais honesta do que eu”, mas as investigações da Operação Lava-Jato têm mostrado que o petista-mor não apenas é mais vivo do que pode-se imaginar, mas passa longe da aludida honestidade.

Não bastassem as ações penais em que é réu, Lula agora tem mais uma para a sua coleção. Isso porque nesta segunda-feira (19), o juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos resultantes da Lava-Jato, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente da República e outras sete pessoas.

A denúncia do MPF foi apresentada à Justiça Federal do Paraná na última semana e envolve a compra de um terreno em São Bernardo do Campo, no Grande ABC, onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, e um apartamento contíguo ao do ex-metalúrgico.

“Quanto ao apartamento 121 ocupado pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consta, em cognição sumária, prova de que o custo para aquisição em 2010 foi suportado pela Construtora Norberto Odebrecht, que não há prova documental do pagamento de aluguéis entre 2011 a 2015, que o locador apresentou explicações contraditórias sobre o recebimento dos aluguéis e que são inconsistentes com as declarações de advogado que, segundo o locador, teria recebido parte dos aluguéis”, destacou o juiz ao aceitar a denúncia.


Na decisão, Moro determinou o sequestro do imóvel vizinho ao apartamento de Lula. “Embora o imóvel esteja em nome de seus antigos proprietários, Augusto Moreira Campos e Elenice Silva Campos (sem qualquer relação com o ilícito), há, como acima exposto, indícios de que pertence de fato ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o teria recebido, segundo a denúncia, como propina do Grupo Odebrecht”, ressaltou o magistrado.

O tal imóvel foi adquirido por Glaucos da Costamarques, que participou da operação como testa de ferro de Luiz Inácio da Silva. O negócio foi concebido pelo advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, em nova operação de lavagem de dinheiro.

Na denúncia enviada à Justiça, os procuradores da República afirmam que, para tentar esconder a real propriedade do apartamento, a ex-primeira-dama Marisa Letícia assinou contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques.

Trata-se da quarta denúncia contra Lula em processos relacionados à Lava-Jato. Nos outros três, a Justiça aceitou denúncia do MPF e transformou o ex-presidente em réu. Fora isso, Lula é alvo de processo decorrente da Operação Zelotes, em que é réu ao lado do filho, Luís Cláudio Lula da Silva, sob a acusação de envolvimento em esquema que emoldurou a compra de caças suecos destinados à FAB e a venda de medidas provisórias que beneficiaram montadoras de automóveis.

Confira abaixo os réus na referida ação:

1) Antônio Palocci Filho;
2) Branislav Kontic;
3) Demerval de Souza Gusmão Filho;
4) Glaucos da Costamarques;
5) Luiz Inácio Lula da Silva;
6) Marcelo Bahia Odebrecht;
7) Marisa Letícia Lula da Silva; e
8) Roberto Teixeira

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