Quem é o suspeito pelo atentado em Berlim que as autoridades alemãs poderiam ter evitado?

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A polícia alemã está em busca do tunisiano Anis Amri, suspeito de ser responsável pelo atentado terrorista em feira natalina em Berlim, na última segunda-feira (19), que matou ao menos 12 pessoas e deixou outras 48 feridas.

De acordo com informações divulgadas nesta quarta-feira (21) pelo site Spiegel Online, investigadores chegaram ao nome de Anis Amri por causa de documento de identidade encontrado debaixo do banco do motorista do caminhão usado no ataque.

Segundo o jornal “Süddeutsche Zeitung” e as emissoras WDR e NDR, Amri, 24 anos, nasceu na cidade de Tataouine, na Tunísia, e chegou à Europa em 2012, pela Itália, e entrou na Alemanha em julho de 2015.

O documento encontrado na cabine do caminhão foi emitido na região da cidade alemã de Kleve, próxima à fronteira com a Holanda. Anis Amri estava registrado em um abrigo de refugiados em Emmerich, cidade da mesma região.

Ele solicitou refúgio às autoridades alemãs em abril de 2016, mas o pedido foi rejeitado, o que explica o fato de o documento encontrado no caminhão ser um atestado de “tolerado”, não um visto de permanência.

O secretário do Interior da Renânia do Norte-Vestfália, Ralf Jäger, confirmou informações divulgadas pela imprensa de que o suspeito Anis já deveria ter sido deportado, mas o procedimento não foi concluído pela falta de um documento que provasse sua nacionalidade. A Tunísia inicialmente negou que o suspeito fosse tunisiano, disse Jäger, mas os documentos que provam sua nacionalidade chegaram à Alemanha dois dias após do atentado. Anis


Desde fevereiro, Anis Amri vivia principalmente em Berlim e, antes do atentado terrorista, já estava no radar da polícia alemã. Ele está consta de uma lista de 549 pessoas consideradas perigosas pelas autoridades e que, em tese, são frequentemente monitoradas.

As autoridades já suspeitavam da ligação de Amri com o “Estado Islâmico”, o grupo terrorista que reivindicou a autoria do ataque, mas sem comprovação até o momento. Mas Anis, apesar de estar registrado em abrigo de refugiados em Emmerich, trocou várias vezes de cidade e usava documentos de identidade falsos. Ele usava quatro nomes e declarava outras nacionalidades, por exemplo, Ahmad Z. ou Mohamed H, do Egito.

Ainda de acordo com a imprensa alemã, Anis Amri, desde sua chegada à Alemanha, concentrou-se em cidades dos estados da Renânia do Norte-Vestfália e em Berlim. O “Süddeutsche Zeitung” afirmou que o suspeito chegou a ser detido em Friedrichshafen, em agosto de 2016, portando identidade italiana falsa, mas foi liberado.

As informações acima confirmam a afirmação do UCHO.INFO, em matéria anterior, de que o problema maior na Alemanha não é recepcionar refugiados, mas de segurança pública e de inteligência de Estado. Até porque, um refugiado com histórico policial intenso, como o de Anis, já deveria estar preso para deportação.

Segundo as investigações, Anis tinha ligações com pessoas próximas ao Estado Islâmico. Uma delas é Abu Walaa, clérigo paquistanês preso em novembro e considerado pelas autoridades o “número 1 do Estado Islâmico na Alemanha”. (Com agências internacionais)

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