Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump está saindo melhor do que a encomenda. Ao ser questionado sobre uma postagem no Twitter na qual defendeu a expansão do arsenal nuclear americano, Trump afirmou na sexta-feira (23) que se fosse preciso os Estados Unidos fariam uma corrida armamentista.
“Deixe que haja uma corrida armamentista. Vamos derrotá-los em todas as etapas e vamos superar a todos”, teria dito Donald Trump à jornalista Mika Brzezinski, da emissora americana MSNBC, em conversa por telefone.
Logo depois, o porta-voz de Trump, Sean Spicer, esclareceu as declarações e destacou que não haverá corrida armamentista, porque o presidente eleito asseguraria que os outros países que pretendem expandir seus arsenais nucleares, como Rússia e China, não o fariam.
“Ele vai garantir que os outros países recebam a mensagem que ele não ficará apenas olhando e permitindo isso”, ressaltou Spicer, futuro porta-voz da Casa Branca, à emissora NBC.
Sobre a declaração de Trump à MSNBC, Spicer disse apenas que se tratava de uma conversa privada. “Trump fará o que for preciso para proteger o país, e se outro país ou países quiserem ameaçar a nossa segurança e a nossa soberania, ele fará o que for necessário”, acrescentou. A questão não é a conversa privada ou pública, mas o que de fato DonalD Trump pensa acerca de determinados temas, os quais podem colocar o planeta sob risco.
Perguntado se a estabanada afirmação significa que Trump admite o uso do arsenal nuclear, Spicer respondeu: “Não, [isso quer dizer que] ele não descarta qualquer eventualidade”. Ou seja, o melhor é não confiar naquilo que Donald diz, a depender da forma como acontecem suas declarações. Não se pode esquecer que o próximo presidente dos EUA usou o mesmo argumento (conversa privada) para justificar as declarações machistas sobre as mulheres.
Donald Trump expressou, em publicação no Twitter, na última quinta-feira (22), o desejo de fortalecer e expandir a capacidade nuclear dos Estados Unidos. A declaração foi feita após o presidente russo, Vladimir Putin, defender o reforço do arsenal nuclear de Moscou.
Além dos EUA, com base no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, apenas outros quatros países têm permissão para possuir um arsenal nuclear: Rússia, Reino Unido, França e China.
A organização Associação de Controle de Armas estima que a Rússia possua 7,3 mil ogivas nucleares, contra as cerca de 7,1 mil dos Estados Unidos. A França teria 300 ogivas, a China, 260, e o Reino Unido, 215. Além desses países, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte também possuiriam bombas atômicas. (Com agências internacionais)