Diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos (DNI, na sigla em inglês), James Clapper expressou, na quarta-feira (11), “profunda consternação” a Donald Trump, diante do vazamento de um dossiê com denúncias não comprovadas de que a Rússia teria informações comprometedoras sobre o presidente eleito.
Na última semana, autoridades norte-americanas de inteligência apresentaram o dossiê a Trump e ao atual presidente, Barack Obama, em meio a especulações sobre suposta interferência russa na recente eleição presidencial do país. A sinopse de duas páginas trazia alegações potencialmente embaraçosas sobre o envolvimento do magnata com a Rússia.
Em comunicado, Clapper disse que conversou com Trump na noite de quarta-feira para “discutir recentes relatos na imprensa sobre nossa reunião na última sexta-feira”. “Expressei minha profunda consternação com os vazamentos que vem aparecendo na imprensa, e ambos concordamos que estes são extremamente danosos e prejudiciais à segurança nacional”, afirmou.
Após os vazamentos, Donald Trump negou o conteúdo do dossiê e fez graves críticas às agências de inteligência americanas, acusando-as pelo vazamento. Clapper, por sua vez, negou que essas informações tenham saído da Comunidade de Inteligência americana (IC).
“Enfatizei que esse documento não é produto da Comunidade de Inteligência dos EUA e que não acredito que os vazamentos tenham vindo da IC”, disse Clapper. “A IC não fez qualquer avaliação de que as informações nesse documento fossem confiáveis, e não nos baseamos nele de qualquer forma para tomar nossas decisões”, completou.
Ele defendeu a inclusão do dossiê no relatório de inteligência recebido por Trump na última sexta-feira, afirmando que “parte da nossa obrigação é assegurar que os líderes recebam o quadro mais amplo possível sobre quaisquer questões que possam afetar a segurança nacional”. (Com agências internacionais)