Mercado aposta em crescimento de 0,5% do PIB, mas FMI fala em 0,2%; empresários estão desanimados

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Consultados pelo Banco Central (BC), analistas do mercado financeiro reduziram as estimativas para a taxa básica de juro para 2017, que poderá encerrar o ano em 9,75%. É o que informa o mais recente Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo BC.

A nova estimativa dos economistas mercado financeiro ocorre após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que na última quarta-feira reduziu em 0,75 ponto percentual a Selic, que agora está em 13%. Para chegar abaixo de 10%, o Copom terá de promover alguns cortes ao longo do ano, o que nem de longe demonstrará a eficácia das medidas adotadas pelo governo para estimular a economia nacional.

Em relação à inflação oficial, medida pelo Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os especialistas reduziram a projeção de 4,81% para 4,80% ao final deste ano. Esse recuo é o que está levando o Copom a adotar uma política mais agressiva de corte do juro básico, como forma de tentar reverter o caos que dominou a economia.


No tocante ao Produto Interno Bruto (PIB), os economistas mantiveram a previsão de um acanhado crescimento de 0,5% em 2017, ao passo que para o próximo ano a estimativa é de alta do PIB na casa de 2,20%, contra 2,30% da semana anterior. Contudo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra-se menos otimista, apostando em crescimento de apenas 0m2% da economia brasileira no corrente ano.

Experientes profissionais do mercado financeiro nacional, consultados pelo UCHO.INFO, já trabalham com expectativa de mais um ano de crescimento negativo da economia, algo que, se confirmado, colocará o País em um triênio de recessão.

Na melhor das hipóteses o PIB encerrará 2017 sem com crescimento nulo, pois há muitos ingredientes que apontam para esse cenário. O primeiro deles é que no comércio o desânimo é quase generalizado, inclusive no setor de serviços. Na segunda semana do ano, que deveria ser retomada do ritmo em um país mergulhado em grave crise econômica, empresários de vários segmentos reclamam da paralisação que tomou conta do mercado. Muitos já falam em situação preocupante.

A retomada efetiva dos negócios deverá acontecer ainda mais tarde neste ano, pois o Brasil já está em ritmo de Carnaval, sendo que a quarta-feira de Cinzas cairá no dia 1º de março. Em outras palavras, o ano de 2017 terá apenas dez meses úteis, sem contar o amontoado de feriados prolongados. De quebra, a crise política mais uma vez interferirá de maneira fulcral na esfacelada economia.

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