Presidente do PT diz que Lula é “candidato permanente”; estratégia busca blindar petista na Lava-Jato

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Lutando para não ser varrido da cena política brasileira, o PT é uma legenda que pode ser chamada de “monoteísta”. Isso porque o partido, responsável pelo maior esquema de corrupção da história da Humanidade, o Petrolão, continua fazendo do alarife Lula a sua tábua de salvação.

Réu em vários processos judiciais por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes, a maioria no âmbito da Operação Lava-Jato, Lula até agora não conseguiu provar sua inocência, mas vem apostando erroneamente em uma estratégia de defesa quase suicida. Orientados pelo ex-metalúrgico, os advogados do petista-mor insistem em afirmar que o cliente é alvo de perseguição política e caçada judicial.

Presidente nacional do PT, Rui Falcão anunciou, nesta terça-feira (17), que o partido deverá lançar, em abril próximo, a candidatura de Lula à Presidência da República, cuja disputa acontecerá somente em 2018. O plano é uma manobra para tentar blindar Lula, que vê sua situação piorar cada vez mais na esteira da Operação Lava-Jato.

Ciente de que Lula já não tem o cacife eleitoral de outrora, Falcão disse ser desnecessário lançar o nome do petista à próxima corrida presidencial, pois ele é “candidato permanente” do partido. Ou seja, o partido não tem quadros à altura dos próprios projetos.

“O Lula não precisa ser lançado por ninguém. Ele já é nosso candidato permanente à Presidência da República”, disse Rui Falcão, que nesta terça participou, na Câmara dos Deputados, das discussões sobre qual candidato à presidência da Casa a bancada petista apoiará. Por enquanto, os petistas da Câmara devem apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que para garantir apoio deverá distribuir cargos na Mesa Diretora aos “companheiros”.

O presidente dos petistas alegou que Lula já é considerado candidato pelos movimentos sociais, mas isso não significa que sua candidatura é favas contadas em termos de sucesso nas urnas. Na verdade, Lula vive um momento crítico em termos de popularidade, tendo enfrentado recentemente alguns protestos durante eventos dos quais participou. Esse quadro poderá impactar o projeto petista.

Considerando que sonhar não é pecado nem crime, além de não pagar imposto, Lula e seus camaradas são livres para planejar o futuro político, mas é preciso levar em conta que em algum momento a Justiça há de cumprir seu papel no âmbito da Lava-Jato.

Contrariando a expectativa da opinião pública, a prisão de Lula perdeu-se na linha do tempo, algo que só será possível com uma esperada condenação judicial e a confirmação da respectiva sentença em segunda instância. A condenação do ex-presidente já é considerada inevitável e deverá acontecer na esteira do escândalo do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia.

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