Crise no sistema penitenciário do RN acirra-se com ataques de criminosos nas ruas de Natal

(Willacy Dantas)
(Willacy Dantas)

Uma onda de ataques teve início no Rio Grande do Norte na noite de quarta-feira (18), após a transferência de 220 presos do presídio de Alcaçuz, na cidade de Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. No episódio, ao menos 11 ônibus, dois micro-ônibus, um carro do governo, cinco viaturas da polícia, duas delegacias e um prédio de uma secretaria de Saúde foram alvo de atos criminosos. No mesmo dia, outro motim deixou um morto e sete feridos em um presídio de Caicó, a cerca de 250 quilômetros da capital potiguar.

A polícia investiga se os eventos têm alguma relação com a recente rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, já que a maior parte dos ataques aconteceu no mesmo momento em que o Batalhão de Choque da PM fazia a transferência de presos para outro estabelecimento penal do estado. A remoção aconteceu dias depois que o complexo foi palco de uma rebelião que deixou 26 mortos no fim de semana, sendo 15 deles decapitados.

Durante a tarde, pelo menos duas delegacias foram alvejadas em Natal e diversos veículos foram incendiados na capital e nas cidades de Macau, Parnamirim e Caicó.


Diante da situação nas ruas, a frota de ônibus de Natal foi recolhida e a prefeitura determinou que táxis e outros veículos credenciados façam o serviço de lotação para suprir a demanda. Até o momento, não há informação sobre feridos.

Também na quarta-feira, detentos da Penitenciária Estadual do Seridó, em Caicó, iniciaram uma rebelião no presídio. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária, um detento foi morto e sete ficaram feridos. Pela noite, presos depredavam a estrutura dos pavilhões e queimavam colchões. De acordo com o órgão, a situação já foi controlada.

O governo do RN decidiu negociar com o PCC para tentar retomar o controle da penitenciária de Alcaçuz. Para tanto, uma delegada da Polícia Civil e um oficial da Polícia Militar teriam sido designados para conversar com criminosos com o objetivo de evitar novo confronto com o Sindicato do RN, bando local rival da facção paulista.

Horas mais tarde, autoridades do RN reconheceram que a transferência dos presos foi um erro estratégico, pois uma facção criminosa tornou-se mais forte do que a rival. (Com agências de notícias)

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