No vácuo de derrota na Justiça, Donald Trump mostra sua inabilidade para presidir os EUA

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Nada pode ser mais bizarro do que a decisão do presidente dos Estados Unidos, o bufão Donald Trump, de proibir a entrada no país de pessoas oriundas do Irã, Iraque, Iêmen, Síria, Sudão, Líbia e Somália, sob a alegação de que essas nações são predominantemente muçulmanas.

Por questões óbvias e seguindo o que determina a Constituição norte-americana, a Justiça dos EUA derrubou parte do veto de Trump, que determinava a prisão e deportação de pessoas vindas de qualquer um dos mencionados sete países. A juíza Ann M. Donnelly, do Tribunal do Distrito Federal do Brooklyn, Nova York, atendeu a pedido formulado em ação judicial pela União das Liberdades Civis na América (ACLU, na sigla em inglês) contra a ordem executiva assinada na última sexta-feira (27).

Diante da primeira grande derrota na Justiça, após uma semana no cargo, Trump não precisou de muito tempo para recuar, suavizando uma estapafúrdia decisão que coloca os Estados Unidos a caminho do isolamento, algo perigoso em termos de segurança global. Na última vez em que os Estados Unidos optaram pelo isolacionismo, ainda na era de Franklin Delano Roosevelt, na década de 30, surgiram no cenário internacional, em especial na Europa, figuras como Adolf Hitler e Federico Mussolini, sem contar a “França de Vichy”, o que culminou na Segunda Guerra Mundial.

Chefe de gabinete do presidente dos EUA, Reince Priebus afirmou, no domingo (29), que o veto temporário à entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana não afetará quem possuir o cartão de residência permanente, o conhecido Green Card. Mesmo assim, tais pessoas estarão sujeitas a avaliação mais rigorosa por parte da imigração norte-americana.

Ao participar do programa “Meet the Press”, da emissora NBC, Priebus afirmou que a medida “não incluiu pessoas que possuam um Green Card”, que têm direito de trabalhar nos EUA e, posteriormente, a pleitear a cidadania americana. O chefe de gabinete disse que essas pessoas não serão impedidas de retornar aos Estados Unidos, mas poderão passar longo período à espera de uma avaliação das autoridades de imigração.

Priebus esclareceu que o veto terá impacto nos residentes que “vão e voltam” para algum dos países sob a restrição, fazendo com que essas pessoas “estejam sujeitas a uma verificação mais rigorosa na imigração”. Como se as viagens dessas pessoas aos países mencionados na ordem executiva presidencial fossem com fins terroristas.

Questionado se cidadãos norte-americanos também serão alcançados pelo bloqueio imposto por Trump, Priebus afirmou que dependerá da “autoridade competente que esteja responsável pela imigração” no momento da verificação. Ou seja, esses cidadãos correm o risco de ter de aguardar durante semanas por uma decisão que autorize o retorno aos EUA.


“Se for um cidadão que costume ir e voltar para a Líbia – um dos países sob veto –, é provável que o submetam a mais perguntas quando ele chegar ao aeroporto”, disse o chefe de gabinete do presidente dos Estados Unidos.

A medida é tão absurda, que Donald Trump afirmou que não se trata de veto aos muçulmanos. Na verdade, a fala de Trump é mais uma demonstração de sua covardia como governante, pois de chofre ele afirmou que a medida visava conter a chegada de muçulmanos ao país. Como a comunidade muçulmana nos EUA é grande, o presidente pode ter sido aconselhado a amenizar o discurso.

A situação de Donald Trump não é das mais confortáveis, pois após protestos em várias cidades dos EUA, o presidente foi duramente criticado por líderes estrangeiros, especialistas em política externa e políticos democratas e republicanos, apesar da suspensão parcial do decreto por determinação da Justiça.

Mesmo diante desse quadro, a Casa Branca sinalizou uma possível extensão do veto a outros países de maioria muçulmana, como Arábia Saudita, Paquistão, Afeganistão e Egito.

Conhecidos pela forte atuação em questões relacionadas à segurança nacional, os senadores republicanos John McCain e Lindsey Graham afirmaram que o decreto de Trump prejudicará os esforços americanos no combate ao terrorismo.

“Esse decreto manda um sinal, intencional ou não, de que a América não quer que muçulmanos venham ao nosso país. É por isso que nós tememos que o decreto ajudará mais o recrutamento de terroristas do que reforçará a nossa segurança”, afirmaram os senadores em nota.

Donald, por sua vez, afirmou no em sua conta Twitter que os senadores tentam “iniciar a 3ª Guerra”, o que não é verdade. Ao contrário, McCain e Graham tentam evitar que o planeta seja tomado por uma onda de terrorismo e insegurança.

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