Governo está a esculpir golpe contra o consumidor que, como sempre, beneficiará bancos e financeiras

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Antes de assumir a Presidência da República, à época como interino, Michel Temer falava em construir uma “ponte para o futuro”, como se isso fosse tão fácil quanto acionar o interruptor da luz da sala. De nada adianta falar em futuro sem mirar o passado recente, marcado por um sem fim de lambanças que carregam a estelar chancela do partido dos Trabalhadores, legenda que, no poder central, conseguiu a proeza de arruinar a economia nacional.

Os estragos produzidos pelo PT na economia foram tamanhos, que durante longos anos continuarão disseminando seus efeitos colaterais em todo o País. Isso significa que os cidadãos terão de conviver com essas consequências, pela quais não pediram, mas pagaram um preço excessivamente alto.

Não se pode adotar medidas de estímulo à economia sem considerar a situação em que se encontram os brasileiros, não apenas os que questionavam o banditismo político do PT, mas aqueles que aplaudiam os delinquentes que fizeram do Palácio do Planalto o endereço do desmando continuado. Nefastas e destruidoras, as consequências não escolhem esse ou aquele cidadão, de acordo com a ideologia. Todos pagam, sem qualquer exceção.

De olho na retomada do crescimento econômico, o governo de Michel Temer prepara um conjunto de medidas para facilitar o procedimento para retomada de bens financiados em caso de inadimplência ou calote. Em suma, o governo está a fazer o jogo de bancos e financeiras, sem olhar para as agruras enfrentadas pelos brasileiros por causa de uma crise econômica que há muito ingressou na seara da recessão.

Na terça-feira (7), o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda, informou que o governo prepara regra que fixará valor mínimo para o leilão de execução de garantia, situação em que o banco vende imóvel ou carro para quitar dívida do financiado inadimplente. Com essa medida, o governo espera que ocorra uma sensível judicialização da inadimplência e garanta a redução do custo do crédito. A Lei de Falências também vai mudar com maior poder aos credores.

Em outras palavras, o capital será, como sempre, uma arma ainda mais afiada e apontada na direção daquele que carece de financiamento em um país refém de crises políticas e da corrupção sistêmica.


A desculpa para a adoção dessas medidas é a eventual redução do custo do crédito ao consumidor, uma mentira deslavada em um universo em que predomina a ganância pelo lucro desmedido. Falar em risco de calote é no mínimo irresponsabilidade, pois na época do crédito fácil, inventado por Lula e sua turba, o risco da inadimplência existia da mesma maneira, mas o crédito era mais barato.

Na verdade, o risco de calote é diretamente ligado à crise econômica criada pelo PT, que produziu oficialmente 12 milhões de desempregados, contingente que na realidade ultrapassa a marca de 21 milhões de pessoas longe do mercado de trabalho.

A alegação de que a anunciada medida dará aos bancos mais segurança e agilidade na retomada do bem financiado em caso de inadimplência é um atentado contra a coerência, pois é preciso considerar que ninguém deixa de pagar um financiamento por prazer ou diversão, mas, sim, por dificuldades financeiras pontuais ou decorrentes de uma crise econômica que insiste em permanecer na seara da recessão.

Henrique Meirelles destacou que entre as medidas que serão adotadas está um possível aperfeiçoamento da alienação fiduciária, instituição que foi vilipendiada de maneira criminosa no rastro de uma invencionice bandoleira chamada “gravame”.

No caso de automóveis, a alienação fiduciária sofreu um duro e covarde golpe por ocasião da feitura do Novo Código Civil, pois para substituir um “e” por um “ou” em determinado artigo alguns alarifes concordaram em pagar, no âmbito do Legislativo federal, a bagatela de R$ 3 milhões, valor de uma década atrás ou mais, fato denunciado com exaustão pelo UCHO.INFO.

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