Violência e insegurança avançam no Espírito Santo, que já deveria ter sido alvo de intervenção federal

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A onda de violência, saques, furtos, assassinatos e tiroteios que domina o estado do Espírito Santo há seis dias, no rastro da uma greve branca da Polícia Militar, levada a cabo pelos familiares dos policiais, é fruto da perda do poder de mando do governo de Paulo Hartung.

Licenciado do cargo por causa de problemas de saúde, Hartung disse, na quarta-feira (8), durante entrevista coletiva, que o governo capixaba “não pagará o resgate” por aquilo que classificou como sequestro da liberdade da população, que há dias não sai Às ruas com medo da violência.

O discurso de Paulo Hartung produziria efeitos em outra situação, mas com o Espírito Santo nas mãos dos bandidos, enquanto familiares dos policiais militares bloqueiam a entrada dos batalhões da corporação em todo o estado, em especial na capital Vitória, mas diante do cenário atual suas palavras servem para nada.

Tanto é assim, que mesmo com a presença de integrantes da Força Nacional de Segurança e militares das Forças Armadas no estado a situação se insegurança continua. O escárnio que tomou conta do Espírito Santo é tamanho, que não há quem consiga fazer cumprir decisão judicial que classificou como ilegal o movimento dos familiares dos policiais. As famílias têm conhecimento da ilegalidade do movimento, mas nada muda diante da falta de pulso das autoridades locais.

O comandante da Polícia Militar capixaba pediu aos integrantes da corporação que apresentem-se nos locais de trabalho, em vez de bater ponto nos batalhões, mas o pedido foi ignorado. O governo do ES pediu novo reforço policial ao Palácio do Planalto, mas qualquer que seja o contingente enviado não resolverá o problema que está na essência do Executivo local.


Reza a Constituição Federal que aos cidadãos é garantido o direito à segurança, cabendo ao Estado, como um todo, manter a ordem e aplicar a lei, mas o que se vê no Espírito Santo é, infelizmente, um cenário avesso.

A grande preocupação é com a possibilidade de o movimento grevista, que levou pânico aos capixabas, alcance outros estados, onde policiais militares clamam por aumento salarial. O Brasil enfrenta a mais grave crise econômica de sua historia, fruto da incompetência e da fanfarronice que marcaram os governos petistas, por isso é preciso parcimônia no momento de reivindicar reajustes salariais. Não se trata de negar o direito dos servidores em buscar melhores salários, mas o momento é de sacrifício de todos, sem distinção de qualquer natureza.

O prazo para a permanência das forças federais termina na sexta-feira (10), mas deverá ser prorrogado por causa do caos que domina o estado da região Sudeste. A solução momentânea para o Espírito Santo está na intervenção federal, não apenas no âmbito policial, pois, como mencionado, o governo local não tem poder de mando. Resta saber se o Palácio do Planalto assumirá o ônus de uma medida necessária e prevista na Carta Magna (Artigo 34 CF).

“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

b) direitos da pessoa humana;”

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