Crise do Rio de Janeiro piora com o passar das horas e avança de forma perigosa na seara do impasse

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A situação do Rio de Janeiro, o segundo mais importante estado da federação, ultrapassou as fronteiras do caos. Esse cenário vem sendo explorado covardemente na seara política, pois partidos de esquerda, liderados pelo PSOL, aproveitam a crise para acirrar a instabilidade política. O objetivo, ao contrário do que pensam os que atendem aos apelos da legenda, é viabilizar uma eventual candidatura ao governo fluminense, em 2018.

Enfrentando graves problemas financeiros, com direito a atraso no pagamento dos salários dos servidores e parcelamento consecutivos, o Rio de Janeiro está a um passo de formalizar um acordo com o governo federal para reequacionar a dívida estadual, mas uma enxurrada de surpresas pode colocar tudo a perder.

Enquanto tentava no Supremo Tribunal Federal (STF) obter autorização para antecipar o repasse de recursos do governo federal – investida fracassada –, o governo do Rio foi alcançado pela cassação do mandato do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do vice Francisco Dornelles (PP), decisão tomada pela Justiça Eleitoral com base em abuso de poder econômico. Pezão e Dornelles recorreram ao Tribunal Superior Eleitora (TSE), em Brasília, o que permite que ambos continuem nos respectivos cargos. Contudo, o fato acabou gerando uma instabilidade política que aumentou a crise que varre o estado.

Não obstante, um relatório da Polícia Federal, encaminhado na quinta-feira (9) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, relata a apreensão de anotações que apontam repasse de propina para Pezão. O nome do governador aparece duas vezes nas anotações, ao lado de valores que seriam destinados a ele – R$ 140 mil e R$ 50 mil.


Em nota, a assessoria de Luiz Fernando Pezão informou que o governador “continua à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos a respeito das investigações. Pezão ressalta que suas contas já foram analisadas em processos anteriores da Polícia Federal, e estes foram arquivados”.

Para piorar um quadro que há muito é ruim, policiais (civis e militares) do Rio der Janeiro decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira (14) por conta do atraso no pagamento dos salários. Porém, no rastro da greve branca da PM capixaba, famílias de policiais militares do Rio de Janeiro decidiram entrar em cena e obstruir o acesso a alguns dos cem batalhões da corporação espalhados pelo estado. Segundo notícias divulgadas na imprensa, pelo menos trinta batalhões estão com o acesso bloqueado.

Também na próxima terça-feira, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) votará em plenário o projeto que autoriza o Palácio Guanabara a transferir a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) ao governo federal, como contrapartida das negociações para equacionar o rombo financeiro. A votação certamente será longa e marcada por discussões acirradas e tumultos, colocando mais doses de incerteza no futuro do Rio.

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