Odebrechtgate: Justiça do Peru pede a prisão do ex-presidente Alejandro Toledo

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Um juiz peruano emitiu nesta sexta-feira (10) uma ordem de prisão preventiva contra Alejandro Toledo, ex-presidente do país, sob a acusação de ter recebido US$ 20 milhões em propinas da construtora Odebrecht. Caso não retorne imediatamente ao Peru, Toledo, que está na Europa, será incluído na lista dos foragidos mais procurados do país.

A lista dos mais procurados do Peru inclui pessoas acusadas de crimes graves e com ordens de prisão, pelos quais o Ministério do Interior oferece recompensa financeira em troca de informações que permitam localizar e prender os foragidos, dentro ou fora do país.

O juiz Richard Concepción ordenou a prisão de Toledo por considerar que há evidências suficientes de sua intervenção em favor da Odebrecht na licitação das obras da estrada Interoceânica do Sul.

Segundo o promotor Hamilton Castro, Toledo recebeu US$ 20 milhões em subornos pagos entre 2006 e 2010. As propinas foram recebidas por meio de uma rede de empresas offshore, em nome do empresário peruano-israelense Josef Maiman, amigo íntimo do ex-presidente.

O Ministério do Interior peruano afirmou que enviará um alerta vermelho aos 190 países que compõem o sistema da Interpol, assim que receber a notificação da decisão do juiz, que ordenou que Toledo fique preso preventivamente por dezoito meses.


Esquema de subornos

A Odebrecht admitiu ter pagado 29 milhões de dólares em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014. A empreiteira fechou um acordo com o Ministério Público do Peru para pagar US$ 9 milhões como uma antecipação da devolução dos lucros ilícitos obtidos com os subornos, além de entregar toda informação ou documentação que seja requerida pelas autoridades peruanas.

Entre os que ocuparam a presidência do Peru após a restauração da democracia no país, em 1980, Toledo é o que, neste momento, está envolvido no caso Odebrecht. A suposta propina de 20 milhões de dólares foi denunciada por Jorge Barata, ex-diretor da construtora brasileira no Peru.

Toledo vive nos EUA, onde trabalha como pesquisador da Universidade de Stanford, e na semana passada esteve em Paris. Ele negou ter recebido subornos e acusou seus “inimigos” de terem gerado as acusações para se vingarem por ele ter defendido a recuperação democrática do país. (Com agências internacionais)

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