Confirmando matéria do UCHO.INFO, presidente da República escolhe Osmar Serraglio para a Justiça

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Confirmando matéria exclusiva do UCHO.INFO, publicada em 10 de fevereiro passado, o presidente Michel Temer pode anunciar ainda nesta quinta-feira (23) o peemedebista Osmar Serraglio (PR) para o Ministério da Justiça, em substituição a Alexandre de Moraes, já nomeado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Advogado – formado pela Faculdade de Direito de Curitiba (1971) e mestre em Direito do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) – e deputado federal pelo Paraná, Serraglio não apenas reúne condições técnicas para assumir a pasta, mas detém apoio político, um dos requisitos que o presidente da República priorizou na escolha. Relator da CPMI dos Correios, Osmar Serraglio resistiu à pressão daqueles que almejavam implodir as investigações sobre o primeiro escândalo de corrupção da era Lula, o Mensalão do PT.

Quem acompanhou os bastidores da CPMI dos Correios, como fez este portal de notícias, sabe da dificuldade enfrentada por Osmar Serraglio para concluir um relatório que apontava de maneira clara e inequívoca na direção dos responsáveis pelo esquema criminoso. Sem render-se às investidas mais variadas, porém ciente de que o relatório final da CPMI dos Correios alvejaria muitos interesses escusos, Serraglio conseguiu dar o primeiro passo no campo da tão esperada faxina política, algo que o País espera há décadas – e continua aguardando o seu avanço.


Osmar presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ), por indicação de Cunha, mas, ao contrário das críticas dos opositores do ex-presidente da Câmara, concedeu ao peemedebista fluminense todas as oportunidades de defesa, o que evitou eventual arguição de nulidade do processo de cassação de mandato. O que para muitos parece proteção e servilismo, na verdade é o estrito cumprimento do que estabelece a legislação vigente e o Regimento Interno da Câmara dos Deputados.

Temer teve à disposição pelo menos 22 nomes para escolher o próximo titular da Justiça, entre eles o do advogado Gustavo Rocha, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, que o PMDB tenta emplacar na secretaria-executiva da pasta. Contra Rocha pesa o fato de ter advogado para o deputado cassado Eduardo Cunha, preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava-Jato.

Outro nome que a bancada peemedebista da Câmara tentou incensar ao cargo foi o do deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), advogado que defendeu dois dos envolvidos no escândalo do Mensalão do PT e foram condenados na Ação Penal 470, que tramitou no STF: Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, e Vinícius Samarane, ex-diretor da instituição financeira.

Serraglio já declarou que a Operação Lava-Jato é “intocável” e que todos os envolvidos no esquema criminoso precisam responder por seus atos. Por isso, o presidente da República precisa pensar muito e abusar da coerência antes de indicar o secretário-executivo do Ministério da Justiça.

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