Parlamento Europeu retira imunidade da extremista de direita Marine Le Pen

O Parlamento Europeu retirou nesta quinta-feira (2) a imunidade parlamentar de Marine Le Pen, candidata da extrema direita à presidência da França. A líder do partido Frente Nacional é acusada de divulgar imagens violentas, no caso de vítimas do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI), postadas no Twitter.

Os legisladores decidiram por larga maioria privar Le Pen, que é deputada no Parlamento Europeu, de sua imunidade no caso, o qual começou a ser investigado por promotores franceses em 2015. Ela pode agora responder a processo.

Na ocasião, a candidata da extrema direita divulgou imagens de atrocidades cometidas pelo EI para, segundo ela, protestar contra comparações entre a Frente Nacional e o grupo extremista feitas por um apresentador de rádio. Entre as imagens está uma do jornalista norte-americano James Foley. Le Pen retirou a imagem depois de os pais de Foley se mostrarem indignados.

A Justiça francesa abriu uma investigação por “difusão de imagens de violência” e pediu ao Parlamento Europeu que retirasse a imunidade parlamentar de Le Pen. O Parlamento acatou, por ampla maioria, a recomendação pela retirada da imunidade feita pela comissão responsável.

A decisão divulgada nesta quinta-feira diz respeito apenas às postagens no Twitter e não aos supostos desvios de recursos do órgão legislativo da União Europeia (UE), dos quais Le Pen também é acusada.
Le Pen lidera as pesquisas eleitorais para a presidência da França, mas perderia no segundo turno, segundo as sondagens.


Questão genética

Considerando que o ser humano é fruto do próprio meio, não havia outra saída para Marine Le Pen, que não a de ser adepta do radicalismo, não importando se de esquerda ou de direita. Até porque, todo ortodoxismo é assustador e preocupante.

A candidata à presidência da França é filha de Jean-Marie Le Pen, que não fica atrás em termos de radicalismo. Aos 88 anos, o deputado Jean-Marie continua sendo uma figura controversa da política francesa, conhecido por suas declarações racistas e antissemitas, as quais lhe renderam pelo menos vinte condenações na Justiça por apologia a crimes de guerra, banalização de crimes contra a humanidade e incitação ao ódio e à violência racial.

Uma das declarações mais polêmicas de Le Pen, o pai, feita nos anos 1980 e repetida em 2015, foi a de que as câmaras de gás utilizadas pelos nazistas “são um detalhe da História” da Segunda Guerra. Ele também declarou que o vírus Ebola poderia resolver o problema da superpopulação global.

Como quem puxa aos seus não degenera, é importante que o eleitor francês pense duas vezes antes de escolher o próximo presidente do país europeu. (Com agências internacionais)

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