Academia Brasileira de Letras elege o diplomata e escritor João Almino como novo imortal

Escritor e diplomata, o potiguar João Almino foi eleito, na tarde de quarta-feira (8), à Academia Brasileira de Letras (ABL). A votação ocorreu em cerimônia realizada no Palácio Petit Trianon, sede da ABL, no Rio de Janeiro, onde depois da escolha deu-se a costumeira queima dos votos.

A escolha do novo imortal da Academia se deu por 30 dos 37 votos possíveis, sendo que a eleição contou com votos brancos e abstenções. O Almino passa a ocupar a cadeira 22, que pertenceu ao médico e cirurgião plástico Ivo Pitanguy, falecido em 6 de agosto de 2016. O novo integrante da Casa de Machado de Assis tinha como concorrentes Osmann de Oliveira, José Itamar de Abreu Costa, Antonio Spyer de Mourão Matos e Juarez M. Avelar

Nascido em Mossoró (RN), João Almino fez carreira na diplomacia, tendo comandado o sisudo Instituto Rio Branco, e também na literatura. Autor de seis romances, como “Ideias Para Onde Passar o Fim do Mundo”, “O Livro das Emoções”, “Cidade Livre” e “Enigmas da Primavera”, todos publicados pela Editora Record.

João Almino também publicou ensaios sobre filosofia e história, como “Era Uma Vez Uma Constituinte” e “O Segredo e a Informação”. Quase sempre indicado a prêmios literários, Almino já foi agraciado com o “Casa de Las Américas” (2003) e o “Zaffari & Bourbon” (2011). Algumas de suas publicações são fontes de pesquisa para os estudiosos do autoritarismo e a democracia.


Com doutorado em Paris, sob a orientação do filósofo Claude Lefort, o novo acadêmico ministrou aulas na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Universidade de Brasília (UnB), Universidade de Berkeley, Universidade de Stanford e Universidade de Chicago. Parte de sua obra está traduzida para o inglês, o francês, o espanhol e o italiano, entre outros idiomas.

A escolha do novo integrante da ABL foi precedida por um acontecimento raro. Em novembro passado, na primeira votação para a escolha do literato que ocuparia a cadeira de Pitangy, os favoritos Francisco Weffort (cientista político) e Antonio Cícero (poeta) não conseguiram a maioria simples necessária na votação, o que obrigou a ABL a reabrir o processo de escolha.

Nesta quinta-feira (9), a ABL, que vive uma semana de eleição dupla, reunirá seus membros para escolher o sucessor do maranhense José Ribamar Ferreira, popularmente conhecido na seara da literatura como Ferreira Gullar, morto em 4 de dezembro de 2016. Entre os candidatos favoritos à vaga estão Arno Wehling, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e o poeta Antonio Cícero.

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