Escócia quer novo referendo sobre independência para evitar saída da União Europeia

A chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, anunciou, na segunda-feira (13), a intenção de realizar um segundo referendo sobre a independência, algo que a chanceler espera que ocorra no máximo no início de 2019, antes da conclusão das negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Com a medida, Sturgeon espera evitar um novo processo de negociação para a Escócia retornar ao bloco europeu.

Nicola Sturgeon deixou claro que “se a Escócia tem de ter uma escolha real, quando estiverem conhecidos os termos do Brexit, mas com tempo hábil para determinarmos o nosso próprio futuro, então essa escolha deve ser possível entre o Outono de 2018 e a Primavera de 2019”.

No caso de o “sim” à independência da Escócia for majoritário, isso significará que, tornando-se o país independente, fica livre das consequências da união política que mantém desde o início do século XVIII com o Reino Unido. Assim, a saída do Reino Unido não implicaria automaticamente a saída da Escócia – o que seria o objetivo maior da chefe do governo de Edimburgo.


Desde a vitória do “sim” ao Brexit, no referendo de 23 de junho de 2016, autoridades escocesas têm insistido na possibilidade de o país continuar na UE. Contudo, ao colocar como data limite a Primavera de 2019, Sturgeon reconhece a existência de dificuldades para a concretização de novo referendo, que exigirá acordo entre Londres e Edimburgo, e a admitir a necessidade de rodadas de negociação com Bruxelas para a reentrada na UE.

Ao falar sobre as intenções de Sturgeon, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que um novo referendo sobre a independência – o primeiro foi em 2014 e a separação foi recusada por 55% do eleitorado – colocaria a Escócia “na incerteza” e só contribuiria para a “divisão”.

Em Londres sublinha-se a ideia de que o anterior referendo foi há pouco mais de dois anos, o resultado foi inequívoco e foi então definido como a decisão de uma geração. May, que tem prevista uma intervenção hoje nos Comuns, sobre o início das negociações para a saída da UE, dificilmente deixará de abordar esta questão.

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