Lula depõe em processo sobre Cerveró, diz ser vítima de “quase massacre” e falseia sobre rendimentos

Sempre apelando à dramatização na tentativa desesperada de fazer-se de vítima, Lula, o alarife-mor do Petrolão, depõe em Brasília nesta terça-feira (14), na condição de réu, no processo penal que trata da fracassada investida para comprar o silêncio de Nestor Cerveró e evitar um acordo de delação do ex-diretor da Petrobras.

Ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, Lula disse que é alvo de um “quase massacre”, como se sua suposta inocência fosse capaz de convencer até mesmo o maior dos desavisados. O petista sabe que sem esse dramalhão de quinta sua estratégia de defesa no âmbito da Operação Lava-jato desaparece com facilidade e em pouco tempo. De igual modo, desmorona a campanha que vem fazendo com o objetivo de convencer a opinião pública de que é vítima de perseguição política e caçada judicial.

Sobre as acusações feitas por Delcídio Amaral, ex-senador por Mato Grosso do Sul, Lula afirmou que “os dados são falsos”. E o petista não perdeu a oportunidade de, no depoimento ao juiz, tentar “vender” a ideia de que é o mais honesto dos brasileiros. “Doutor, só tem um brasileiro que podia ter medo de um depoimento do Cerveró, pela relação dele, que é o Delcídio. Eu não tinha relação com o Cerveró. Eu não tive medo. O Delcídio contou uma inverdade nesse processo”, afirmou o abusado ex-presidente.

Questionado sobre os motivos que levaram Delcídio a fazer tais acusações, o ex-metalúrgico respondeu que possivelmente foi pelo fato de ter chamado o então senador de “imbecil”.

“Não sei o que o Delcidio resolveu fazer com isso [delação], certamente depois de presos alguns dias, a pessoa resolve jogar a culpa nos outros. Eu tive uma reação que eu sei que ele não gostou. ‘Esse cara é um imbecil, nem na morte você citaria um ministro da suprema corte’ [Afirmou à época]. Ele ficou chateado porque eu o chamei de imbecil”, disse o petista.

Quem conhece Lula sabe que se trata de um ser é desprovido de formalidades e polidez. Na verdade, o petista é um brucutu que não mede as consequências das próprias palavras, mentindo de forma deliberada quando o assunto é política – essa afirmação foi feita ao UCHO.INFO por empresários que se relacionaram com o ex-presidente. Por isso, Delcídio jamais faria acusações graves apenas porque foi chamado de “imbecil”, mas porque revelou a verdade dos fatos.


Horas depois da prisão de Delcídio, em novembro de 2015, o UCHO.INFO afirmou que o então senador reuniu-se com Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, não para tratar de assuntos pessoais, mas a mando de alguém hierarquicamente superior na estrutura do governo do PT. E esse alguém, soube-se mais tarde, era Lula.

No início da audiência, perguntado pelo magistrado sobre seus proventos, Lula afirmou que sua renda média mensal líquida é de aproximadamente R$ 50 mil. Sem ter certeza dos números, disse que confirmaria os dados e informaria o juízo posteriormente.

Este portal estima que a renda mensal de Lula é de R$ 30 mil, considerando aposentadoria e salário de presidente da honra do PT, se é que o partido tem esse status. Mesmo que a renda do ex-presidente seja de R$ 50 mil, é impossível manter uma equipe de advogados que tem na proa o conceituado e caro criminalista José Roberto Batochio, com direito a incursões espetaculosas em Nova York e Genebra e contratação de juristas de renome internacional.

Alguém há de afirmar que Lula complementa seu rendimento com palestras, mas estas serviram apenas para justificar o recebimento de propinas pagas por empreiteiras envolvidas no Petrolão. Apenas para ilustrar o fato, assessores do petista tentaram recentemente vincular o ex-presidente a empresas que comercializam e gerenciam palestras, mas a empreitada fracassou.

Isso posto, continua a causar estranheza o fato de o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ter sido preso na mesma operação da Polícia Federal que mandou Delcídio Amaral à prisão. Coincidência ou não, o peemedebista Nelson Jobim, ex-ministro de Lula, atualmente ocupa o posto de vice-presidente do BTG. Sempre lembrando que na política inexistem coincidências.

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