Protestos contra reforma da Previdência e excesso de veículos levam o trânsito de SP ao caos

Sem ônibus até pouco depois das 8 horas desta quarta-feira (15), com o Metrô funcionando parcialmente e manifestações contra as reformas da Previdência e trabalhista, a cidade de São Paulo registrou recorde de lentidão do trânsito no período da manhã. Às 9h30, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrava 201 quilômetros (km) de congestionamento na região do centro expandido, muito acima da média para o horário, que oscila entre 53 km e 89 km.

Trata-se da maior lentidão do ano nas ruas da maior cidade brasileira. O maior índice de congestionamento da cidade é 344 km, registrado no dia 23 de maio de 2014 em virtude de forte chuva. Em vários pontos da capital paulista o trânsito travou não só pelo número maior de carros nas ruas, mas pela presença de manifestantes que bloquearam a passagem de veículos, como, por exemplo, no Viaduto Dona Paulina, no centro da cidade; na Ponte Santos Dias da Silva e na Avenida Teotônio Vilela, na Zona Sul; e na Rua Alvarenga, na região sudoeste, próximo à entrada do campus da Universidade de São Paulo (USP).

Na rodovia Presidente Dutra os protestos convocados pelas centrais sindicais obstruíram a passagem de veículos na altura de Guarulhos, no quilômetro 229, provocando 10 km de lentidão. Outra manifestação interrompeu o tráfego na rodovia Raposo Tavares, na altura do quilômetro 17, causando 15 km de lentidão.


Metrô e Ônibus

Com a adesão dos metroviários e motoristas e cobradores de ônibus ao Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência, centenas de milhares de pessoas ficaram sem transporte logo ao amanhecer. Quem dependeu de transporte público para ir ao trabalho ou a outros compromissos enfrentou dificuldade e perdeu muito tempo para chegar ao destino.

Os trens do Metrô só voltaram a operar parcialmente por volta das 6h25 e quase toda a frota de ônibus, que soma 14,6 mil unidades para o transporte médio diário de 9,6 milhões de pessoas, permaneceu parada até depois das 9 horas. Só nos trens do Metrô viajam, diariamente, cerca de 3,2 milhões de passageiros.

De acordo com a São Paulo Transportes (SPTrans), 40% da frota operacional de ônibus já estava nas ruas por volta das 9 horas. No começo do dia, alguns ônibus seguiram para os terminais, mas os locais estavam fechados e por isso os pontos de parada mais próximos ficaram cheios de pessoas a espera de uma alternativa de transporte.

Rodízio suspenso

Ao longo de toda esta quarta-feira, a prefeitura paulistana decidiu suspender o rodízio municipal de veículos. Porém, as restrições para a circulação de caminhões foram mantidas. Segundo a CET, os corredores de ônibus estão liberados para táxis, com ou sem passageiros, e ônibus fretados. Foi permitida, somente até o meio-dia, a circulação de carros nas faixas exclusivas para ônibus. Também nesta quarta-feira está suspensa a cobrança do estacionamento nas vagas da Zona Azul. (Com ABr)

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