Ex-diretor da campanha de Trump trabalhou secretamente para o russo Vladimir Putin

(Getty Images)

Paul Manafort, diretor da campanha presidencial do magnata bufão Donald Trump, trabalhou secretamente, há dez anos, para um bilionário russo com o intuito favorecer os interesses de Vladimir Putin. A informação foi revelada nesta quarta-feira (22) pela agência de notícias Associated Press (AP).

Segundo a AP, a notícia derruba as declarações de Trump e de sua equipe de governo, assim como do próprio Manafort, de que nunca trabalhou para interesses russos. “Manafort propôs um plano estratégico confidencial, em junho de 2005, que influenciaria a política, negócios e a cobertura jornalística nos Estados Unidos, Europa e antigas repúblicas soviéticas para beneficiar o governo de Putin”.

“Acreditamos que este modelo pode beneficiar grandemente o governo de Putin, se utilizado nos níveis corretos com o envolvimento apropriado ao sucesso”, escreveu Manafort, segundo a agência, em memorando de 2005 para Oleg Deripaska, magnata russo do alumínio próximo do presidente russo.


De acordo com várias fontes e com documentos obtidos pela AP, Paul Manafort teria assinado contrato anual de US$ 10 milhões com Deripaska, em 2006, e a relação negocial entre ambos terá durado pelo menos três anos (até 2009).

Em declaração à AP, Manafort confirmou que trabalhou para Deripaska em vários países, mas assegurou que seu trabalho “não envolveu a representação de interesses políticos russos”. Considerou que o trabalho está a ser apresentado como “inadequado ou nefasto” como parte de uma “campanha de difamação”.

Manafort trabalhou como presidente de campanha de Trump entre março e agosto de 2016, quando foi pressionado a pedir demissão por causa de informações de que teria orquestrado operação de ‘lobby’ em Washington a favor do Partido das Regiões ucraniano, pró-russo.

Conselheiros da campanha de Donald Trump são investigados pelo FBI e pelo Congresso dos EUA, com base em acusações de que, juntamente com o governo de Moscou, teria coordenado alegada ingerência da Rússia na campanha para as eleições presidenciais nos Estados Unidos. (Com agências internacionais)

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