O Brasil não pode ficar à mercê dos discursos matreiros dos presidentes da Força Sindical e da CUT

Figurando na lista das dez maiores economias do planeta, o Brasil não pode ser refém do discurso delinquente de sindicalistas do naipe de Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, e de Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Paulinho e Freitas são pelegos conhecidos que sobrevivem folgadamente sob as expensas das contribuições sindicais, as quais estão com os dias contados, caso o Congresso Nacional aprove em caráter definitivo a necessária reforma trabalhista. Ambos agem na contramão dos interesses dos trabalhadores, sempre servindo à postura ordinária das esquerdas verde-louras. Até mesmo Paulinho da Força, que agora se ajoelha diante do Palácio do Planalto, colabora com o esquerdismo nacional ao cultuar de forma acintosa o fisiologismo bandoleiro.

Diferentemente do que afirmam os sindicalistas e as centrais sindicais, a fracassada greve geral, levada a cabo na última sexta-feira (28) em várias cidades brasileiras, foi um movimento político orquestrado pelo Partido dos Trabalhadores e seus penduricalhos esquerdistas, que apostam na baderna como receita de sobrevivência. Com o advento da crise econômica e os desdobramentos da Operação Lava-Jato, o desespero da esquerda levou à deflagração de protestos e manifestações.

A pífia greve geral, que não passou de uma sequência de atos violentos para intimidar os cidadãos que rumavam ao trabalho, serviu apenas para ampliar o feriado prolongado do 1º de Maio. No dia dedicado ao trabalhador, os sindicatos realizaram eventos e protestos em várias cidades do País, mas o palco principal foi a maior cidade brasileira, São Paulo.

O que se viu na capital paulista não deixa dúvidas a respeito da essência das manifestações. O evento organizado pela Força Sindical, que contou com discurso de quase uma hora do alarife Paulo Pereira da Silva, só reuniu milhares de pessoas por duas razões: shows com cantores sertanejos e sorteio de dezenove automóveis zero quilômetro. Ou seja, quem foi ao show da Força Sindical em comemoração ao Dia Internacional do Trabalho estava interessado em música, lazer e sorteio. O discurso contra as reformas trabalhista e previdenciária foi questão menor.

No caso da CUT, cuja manifestação começou na Avenida Paulista e terminou na Praça da República, no centro da cidade de São Paulo, o objetivo era manter na pauta do cotidiano a pré-candidatura do desesperado Lula à Presidência, em 2018. A situação do PT é de tamanha gravidade, que a legenda não tem outro plano, que não o de fazer candidato alguém que é acusado de ser o responsável pelo período mais corrupto da história nacional e está prestes a ser condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes correlatos.


Somente no Brasil

Paulo Pereira da Silva, deputado federal pelo Solidariedade, é figura conhecida nos subterrâneos da política brasileira. Alvo da Operação Santa Tereza, deflagrada pela Polícia Federal em 2008, Paulinho da Força tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participação em esquema de desvio de recursos do BNDES destinado a prefeituras. O parlamentar é acusado de crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

De acordo com Fernando Reis, ex-presidente da Odebrecht Ambiental e um dos delatores da Operação Lava-Jato, Paulinho recebeu R$ 1 milhão em propina para prestar serviços de “tutoria”. Na verdade, o parlamentar recebeu tal recurso para negociar o fim de uma greve de trabalhadores que à época atrapalhava a empresa.

No evento da Força Sindical dedicado ao 1º de Maio, Paulo Pereira da Silva, que apoiou deliberadamente o impeachment de Dilma Rousseff, disse em alto e bom som que não havia colocado Michel Temer (PMDB) no principal gabinete do Palácio do Planalto para que o peemedebista propusesse reformas. Ou seja, Paulinho ameaça Temer, de quem já foi aliado, sem qualquer constrangimento.

Considerando tais fatos, Paulo Pereira da Silva não tem condições de criticar as reformas propostas pelo governo e muito menos convocar greves ou afirmar que defende os interesses dos trabalhadores.

Por outro lado, Vagner Freitas, que preside um sindicato que funciona como braço avançado do PT quando o assunto é baderna, greves, protestos e depredações, deveria estar preso se o Brasil fosse um país minimamente sério.

Em evento no Palácio do Planalto, quando Dilma Rousseff ainda estava presidente da República, Freitas afirmou que seus comandados sairiam às ruas de arma em punha caso a petista fosse apeada do cargo. O impeachment foi aprovado e Vagner Freitas mostrou ser mais um frouxo adepto das gazetas ameaçadoras.

Tiro pela culatra

Como mencionado acima, a fracassada greve geral convocada pelos sindicatos e centrais sindicais teve cardápio meramente político. Se a pauta da paralisação tinha como foco as reformas trabalhista e previdenciária, o protesto deveria ter ocorrido em Brasília, onde o Congresso está a decidir sobre ambas as matérias. Na capital dos brasileiros, em frente ao Parlamento, o movimento embalado pela baderna reuniu apenas três mil manifestantes.

Por outro lado, a cidade de São Paulo foi escolhida como palco principal do movimento não apenas por ser a mais importante capital brasileira, mas porque a esquerda tinha como meta “matar dois coelhos com uma só cajadada”: enfraquecer politicamente o PSDB na terra dos bandeirantes e comprometer a ascensão do prefeito João Doria como presidenciável.

A estratégia não acompanhou o script esquerdista, pois a população paulistana se revoltou com o movimento que alega ter conseguido em todo o País a adesão de 40 milhões de brasileiros à paralisação. Esses alarifes que se escondem em sindicatos são péssimos em matemática e especialistas em mitomania. Prejudicaram milhões de brasileiros que foram impedidos à força de chegar ao trabalho, mas creem que o movimento foi bem sucedido.

No momento em que colocam Lula e Jair Bolsonaro rivalizando em eventual corrida presidencial, a ensandecida esquerda brasileira e os genuflexos institutos de pesquisa abrem um vasto caminho para um candidato de centrista e moderado, a exemplo do que espera a extensa maioria dos eleitores. É nesse vasto nicho que a candidatura de João Doria tem chances concretas de crescer e surpreender mais uma vez. Sem contar que para as eleições de 2018 ainda faltam longos dezoito meses.

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